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domingo, 31 de julho de 2011

Crianças podem perder seus direitos de liberdade religiosa

Tadjiquistão, na Ásia Central

TADJIQUISTÃO (33º) - O parlamento do Tadjiquistão aprovou, recentemente, duas novas leis que podem proibir crianças de participar de atividades religiosas. As novas leis estão sendo encaminhadas ao presidente, Emonali Rahmon, para sua aprovação.

A Lei de Responsabilidade Parental, junto com novas alterações ao código penal, pode afetar muitas organizações religiosas, incluindo as igrejas no Tadjiquistão que estão apoiadas no evangelho.

A Lei de Responsabilidade Parental vai proibir que crianças menores de 18 anos participem de atividades religiosas e o Escritório de Direitos Humanos do Tadjiquistão disse que a nova lei é necessária para que os pais não percam o controle dos seus filhos para grupos religiosos.

“Tenho certeza de que o governo vai dizer que a lei é destinada basicamente ao extremismo”, disse Joel Grifffith, da Associação Eslava Evangélica. “É realmente difícil saber qual a verdadeira motivação para aprovar uma lei dessas, porque vai além da ideia de que todos concordariam com os tópicos estabelecidos.”

“Teríamos igrejas locais que seriam afetadas por essa lei”, disse Griffith. “Não há dúvida de que esta é uma questão de profunda preocupação para as igrejas, caso as crianças sejam autorizadas a ir às reuniões da igreja somente após os 18 anos.”

Se a lei for aprovada, os acusados podem receber uma pena de até 2 anos de prisão.

“As igrejas evangélicas vão continuar a proclamar o evangelho, não importa o que aconteça. Eu tenho certeza de que eles vão continuar a ensinar a seus filhos a palavra de Deus”, disse Griffith. “Mas, obviamente, à medida que as autoridades avançarem para fazer isso, as igrejas e as famílias cristãs serão colocadas em situação de grande risco, se essa proposta de lei for confirmada." 

Tradução: Lucas Gregório  


terça-feira, 26 de julho de 2011

Paul Washer - Jesus Cristo

sábado, 23 de julho de 2011

Quando Deus transforma o sofrimento em porta de entrada para o evangelho


Rev. Hernandes Dias Lopes

O apóstolo Paulo enfrentou toda sorte de provações e sofrimentos desde sua conversão. Foi perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, açoitado e preso em Filipos, escorraçado de Tessalônica, enxotado de Beréia, chamado de tagarela em Atenas e de impostor em Corinto. Enfrentou feras em Éfeso, foi preso em Jerusalém, acusado em Cesaréia, enfrentou um naufrágio na viagem para Roma e foi picado por uma cobra em Malta. Mas, ao chegar algemado na maior metrópole do mundo, a capital do império, Paulo escreveu sua carta aos filipenses, dizendo que as coisas que lhe haviam acontecido tinham contribuído para o progresso do evangelho. A palavra “progresso”, na língua grega, era usada para os engenheiros que abriam estradas para as viagens do imperador. O sofrimento do cristão abre portas e caminhos para o avanço do evangelho. Porque Paulo estava preso, três coisas muito importantes aconteceram:

1. Os crentes foram mais encorajados a pregar a Palavra. O ministério de Paulo não foi limitado com sua prisão, pois se considerava prisioneiro de Cristo e embaixador em cadeias. Mas o ministério da igreja foi ampliado com suas cadeias. A igreja sentiu-se mais encorajada a pregar. É bem verdade que algumas pessoas passaram a pregar o evangelho com motivações duvidosas, com o propósito de despertar ciúmes em Paulo. Mas, como estavam pregando o evangelho e não uma outra mensagem, Paulo se regozijava em ver que seu sofrimento estava abrindo picadas para o avanço de novos obreiros e alargando estradas para a caminhada mais rápida do evangelho. Deus não desperdiça sofrimento na vida de seus filhos. O sofrimento dos filhos de Deus contribui para o progresso do evangelho.

2. Os membros da guarda pretoriana foram evangelizados. Porque Paulo estava algemado, sob os cuidados do imperador, dois soldados da guarda pretoriana eram algemados a ele, em três turnos por dia, durante dois anos. Esses guardas faziam parte de um grupo de elite. Eram dezesseis mil soldados de escol, gente que tinha trânsito livre no palácio e influência política no império. Nesses dois anos, Paulo estava com as mãos presas, mas seus lábios estavam livres para testemunhar. Nesse tempo, Paulo evangelizou esses soldados e os demais membros do palácio. Nero, o imperador, não sabia, mas Deus o havia constituído em presidente das missões estrangeiras do império, pois havia colocado no palácio o maior missionário da igreja e diante dele o seu auditório. Durante essa prisão em Roma, Paulo ganhou muitas pessoas para Cristo, a ponto de escrever aos filipenses: “Os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César” (Fp 4.22). No sofrimento os filhos de Deus podem testemunhar e colher muitos frutos para a glória de Deus.

3. Cartas abençoadoras foram escritas. Porque Paulo estava preso, ele não podia visitar as igrejas. O que ele fez? Começou a escrever cartas e essas cartas são verdadeiros tesouros ainda hoje. Que cartas foram escritas dessa primeira prisão em Roma? Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Essas epístolas têm sido luzeiros a brilhar para milhões de pessoas em todo o mundo. São cartas inspiradas pelo Espírito de Deus que têm edificado a igreja, consolado o rebanho de Cristo e sido instrumentos para levar tantos outros aos pés do Salvador. Para um observador desatento, a vida de Paulo estava à deriva. Por todo lado por onde passava era açoitado pelo azorrague do sofrimento, mas Deus estava no comando em cada circunstância, transformando os sofrimentos do apóstolo em abertura de novos caminhos para a proclamação do evangelho. De fato a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória acima de toda comparação. Não precisamos nos desesperar no vale da dor, pois nosso Deus é especialista em transformar nossos sofrimentos em portas de entrada para o evangelho.
Fonte: Boletim 136 (recebido por e-mail)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O que é necessário hoje?


John Piper

O que é necessário para que os milhares de cristãos em nossas igrejas tenham o desejo ardente de falar do evangelho aos incrédulos? Um dos motivos por que não fazemos isso como deveríamos é que a vida é tão cheia de entretenimento, que pensamentos sobre necessidades espirituais desesperadoras e eternas são difíceis de serem nutridos por nós e mais difíceis ainda de serem compartilhados com os outros. O mundo é interessante e divertido demais. Parece inadequado tornarmos a nós mesmos ou aos outros desconfortáveis com pensamentos sobre pessoas que estão perecendo. Fazer isso é árduo. E a nossa vida é tranquila.

Talvez Deus resolva fazer o que fez na igreja em Jerusalém. Eles não estavam saindo de Jerusalém para a Judéia, Samaria e às partes mais remotas do mundo, a fim de evangelizar, como Jesus lhes dissera (Atos 1:8). Por isso, Estevão foi escolhido para dar um testemunho tão irresistível (Atos 6:10), que a única maneira de seus adversários controlarem-no seria matando-o (Atos 7:60).

Quando eles fizeram isso, a perseguição se estendeu a todos os cristãos em Jerusalém. "Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria" (Atos 8:1). Qual foi o resultado? Eis a resposta: "Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra" (Atos 8:4). Isso significa literalmente: "Aqueles que foram espalhados iam evangelizando em toda parte" (euangelizomenoi ton logon - Atos: 8:4-5). Eles não eram pregadores, eram apenas pessoas comuns, melhares delas (Atos 2:41). Depois que foram obrigados a sair de suas casas, foram a muitos lugares contando as boas-novas.

Essa não é uma reação espantosa às perseguições, à dor, à perda, ao exílio e à falta de um lar? Eles não foram a toda parte reclamando, nem questionando a Deus. Foram a toda parte "anunciando as boas-novas". Oh! amemos tanto o evangelho e tenhamos tanta compaixão dos perdidos, que a tribulação, a aflição, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada, as armas, os terroristas não nos tornem medrosos que só reclamam, e sim arautos ousados das boas-novas.

Precisamente quando foram perseguidos, eles saíram por toda parte contando as boas-novas de Cristo. Talvez o Senhor faça isso outra vez. Certamente, Ele o está fazendo em algumas partes do mundo, e milhões estão nascendo de novo - mediante a pregação amorosa, ousada e clara de cristãos perseguidos.

Extraído do livro "Finalmente Vivos", de John Piper, Editora Fiel, pág. 167 e 168.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Exemplo de George Müller


Revista Impacto

O gigante da fé, George Müller (1805-1898), nasceu na Alemanha, e converteu-se com idade de 20 anos numa missão morávia. Foi para a Inglaterra em 1829, onde trabalhou para o Senhor até o final de sua vida.

Em 1830, três semanas depois de seu casamento, Müller e sua esposa decidiram abrir mão de seu salário como pastor de uma pequena congregação, e depender exclusivamente de Deus para suas necessidades. Já desde o início, ele tomou a posição que manteria durante todo o seu ministério, de nunca revelar suas necessidades às pessoas, e de nunca pedir dinheiro de ninguém, somente de Deus. Ao mesmo tempo, decidiu que também nunca entraria em dívida por motivo algum, e que não faria reservas, nem guardaria dinheiro para o futuro.
Durante mais de sessenta anos de ministério, Müller iniciou 117 escolas que educaram mais de 120.000 jovens e órfãos; distribuiu 275.000 Bíblias completas em diferentes idiomas além de grande quantidade de porções menores; sustentou 189 missionários em outros países; e sua equipe de assistentes chegou a contar com 112 pessoas.

Seu maior trabalho foi dos orfanatos em Bristol, na Inglaterra. Começando com duas crianças, o trabalho foi crescendo com o passar dos anos, e chegou a incluir cinco prédios construídos por ele mesmo, com nada menos que 2000 órfãos sendo alimentados, vestidos, educados e treinados para o trabalho. Ao todo, pelo menos dez mil órfãos passaram pelos orfanatos durante sua vida. Só a manutenção destes órfãos custava 26 mil libras por ano. Nunca ficaram sem uma refeição, mas muitas vezes a resposta chegava na última hora. Às vezes sentavam para comer com pratos vazios, mas a resposta de Deus nunca falhava.

No decorrer da sua vida, Müller recebeu o equivalente a sete milhões e meio de dólares, como resposta de Deus. Além de nunca divulgar suas necessidades, ele tinha um critério muito rigoroso para receber ofertas. Por mais que estivesse precisando (pois em milhares de ocasiões não havia recursos para a próxima refeição), se o doador tivesse outras dívidas, se tivesse evidência de que havia alguma atitude errada, ou alguma condição imprópria, a oferta não era aceita.

E mesmo quando tinha certeza de que Deus estava dirigindo para ampliar o trabalho, começar uma outra casa, ou aceitar mais órfãos, ele nunca incorria em dívidas. Aquilo que Deus confirmava como sua vontade certamente receberia os recursos necessários, e por isto nunca emprestava nem contraía obrigações sem ter o necessário para pagar.

A seguir, um trecho da sua autobiografia, onde ele define sua posição com relação a dívidas:

Minha esposa e eu nunca entramos em dívidas porque acreditávamos que era contrário às Escrituras (Rm 13.8). Por isto, nunca tivemos contas para o futuro com alfaiate, açougue, padaria ou mercado. Pagamos por tudo em dinheiro. Preferimos passar necessidade do que contrair dívidas. Desta forma, sempre sabemos quanto temos, e quanto podemos dar aos outros. Muitas provações vêm sobre os filhos de Deus por não agirem de acordo com Romanos 13.8.

Alguns podem perguntar: Por que você não compra o pão, ou os alimentos do mercado, para pagar depois? Que diferença faz se paga em dinheiro no ato, ou somente no fim do mês? Já que os orfanatos são obra do Senhor, você não pode confiar que ele supra o dinheiro para pagar as contas da padaria, do açougue, e do mercado? Afinal, todas estas coisas são necessárias para a continuidade da obra.

Minha resposta é a seguinte: Se esta obra é de Deus, certamente ele tanto quer como é capaz de suprir todo o necessário. Ele não vai necessariamente prover na hora que nós achamos que deve. Mas quando há necessidade, ele nunca falha. Podemos e devemos confiar no Senhor para suprir-nos com o que precisamos no momento, de forma que nunca tenhamos que entrar em dívida.

Eu poderia comprar um bom estoque de mantimentos no crediário, mas da próxima vez que estivéssemos em necessidade, eu usaria o crediário novamente, ao invés de buscar o Senhor. A fé, que somente se mantém e se fortalece através de exercitar, ficaria mais e mais fraca. No fim, provavelmente acabaria atolado em grandes dívidas, sem perspectiva de sair delas.

A fé se apóia na Palavra Escrita de Deus, mas não temos nenhuma promessa de que ele pagará nossas dívidas. A Palavra diz: "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma" (Rm 13.8), e: "Quem nele crer não será de modo algum envergonhado" (1 Pe 2.6). Não temos nenhuma base bíblica para entrar em dívidas.

Nosso alvo é mostrar ao mundo e à igreja que mesmo nestes dias maus do tempo do fim, Deus está pronto para ajudar, consolar, e responder às orações daqueles que confiam nele. Não precisamos recorrer a outras pessoas, nem seguir os caminhos do mundo. Deus tanto é poderoso, como desejoso, de suprir todas nossas necessidades no seu serviço.

Consideramos um precioso privilégio continuar a esperar no Senhor somente, ao invés de comprar mantimentos no crediário, ou de emprestar de bondosos amigos. Enquanto Deus nos der graça, olharemos somente para ele, mesmo que de uma refeição para a próxima tivermos que depender do seu suprimento. Já faz dez anos que trabalhamos com estes órfãos, e ele nunca permitiu que passassem fome. Ele continuará a cuidar deles no futuro também. 

Estou profundamente consciente da minha própria incapacidade e dependência no Senhor. Pela graça de Deus, minha alma está em paz, embora dia após dia tenhamos que esperar a provisão milagrosa do Senhor para nosso pão diário.

Extraído da Revista Impacto (www.revistaimpacto.com.br), nº 25. 

sábado, 16 de julho de 2011

O LUTADOR VITORIOSO


Ruth Paxson

"Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" (Efésios 6:12).

A carta aos Efésios não termina com o nono verso do sexto capítulo, mas continua: "No demais, fortalecei-vos no Senhor", o que abre a nós a verdade com relação à batalha do cristão. Esta é a consumação da revelação nesta epístola.

Nenhum cristão verdadeiro está isento desta batalha. Aquele que plenamente possui a sua herança em Cristo (Ef 1:11) e está andando dignamente (Ef 5:1) é de se esperar então que se engaje na batalha espiritual que está acontecendo nos lugares celestiais (Ef 6:12). Deus não tem lugar para um pacifista espiritual. Ele chama todo santo para as armas.

Mas Deus tem uma ordem divina que não pode ser invertida. É completamente loucura para um cristão entrar para a batalha com as hostes poderosas, sobrenaturais e Satânicas, a menos que possa dignamente passar pela prova de eficiência de Deus tão claramente delineada em Efésios 6:1 a 6 e 9.

Para batalhar com Satanás deve-se estar andando no Espírito. Por isso, nos convém, àqueles que se propõem serem lutadores, vigiar o nosso caminhar..

Paulo mesmo, um provado e confiante guerreiro, através de dois mandamentos nítidos adverte de dois pontos vulneráveis que abrem a Satanás o caminho da vitória pela mutilação do cristão na batalha espiritual. Então através de um terceiro mandamento ele exorta todo cristão a aperfeiçoar a sua prontidão para a batalha.

1. "Não deis lugar ao Diabo" (Ef 4:27).

Dando lugar ao Diabo dá-se quartel-general a Satanás no arraial de Cristo. Isso provê a ele uma base da qual conduzir a sua campanha. Dando lugar ao Diabo faz-se de uma parte do exército de Cristo um aliado do Seu arquiinimigo.

Dando lugar ao Diabo diminui-se o poder do homem das tropas do Senhor e rende a Satanás recursos espirituais que pertencem somente ao Capitão da nossa salvação. Isso compele Cristo a sair para a batalha em desvantagem. Isso enfraquece o poder na batalha da onipotência. Isso diminui a força de operação do sobrenatural. Dando lugar ao Diabo divide-se a aliança e se coloca traidores e desertores no exército do Senhor.

Por isso o Diabo está incessantemente ocupado buscando ganhar algum lugar na vida de todo lutador cristão. Ele começará com um lugar muito pequeno, qualquer coisa contanto que ganhe um apoio para os pés. Ele conhece os nossos lugares fracos. Ele se aproxima pelo nosso lado cego. Ele abre passagem onde a crosta é mais fina. Ele espera o seu tempo até que possa nos pegar de surpresa. Ele nos tenta em nossos pontos mais suscetiveis. Ele trabalha astutamente, como arquienganador que ele é, para nos seduzir a fazer uma associação com ele. Para o verdadeiro guerreiro espiritual ele vem muitas vezes como um genuíno anjo de luz, até mesmo apanhando alguns numa armadilha proclamando ser enviado de Deus. Ele usa qualquer método, por meio inteligente ou cruel de ganhar acesso, e faz o possível para disfarçar a sua aproximação. O que ele procura ganhar é um lugar para começar as suas atividades, para que possa minar o moral do guerreiro cristão e torná-lo incapaz de lutar.

2. "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus" (Ef 4:30).

Alguém que poderia retrair-se com tremor e temor de dar lugar ao Diabo pode, sem embargo, estar tornando a vitória dele nas reguiões celestiais possível entristecendo o Espírito Santo.

O Espírito Santo vive dentro de nós para reproduzir dentro de nós a vida vitoriosa do Cristo glorificado para que possamos ser capacitados a "permanecer", e liberar através de nós o Seu poder sobrenatural para que estejamos aptos a "resistir". Qualquer coisa que contenha ou restrinja o Espírito Santo de executar a Sua obra em Sua máxima capacidade favorece a Satanás a derrotar o servo de Cristo.

Então o que é que há em nós que entristece o Espírito Santo? Qualquer coisa profana. Tudo o que em nós é contrário àquilo que Ele é, O entristece. Ele é o Espírito da verdade, da fé, da graça, da sabedoria, do poder, do amor, da disciplina, da santidade, portanto qualquer coisa que seja mentirosa, incrédula, desagradável, imprudente, estéril, não amável, incontrolável, profana, entristece o Espírito de Deus. Por isso, o pecado de qualquer natureza ou grau, seja aberto ou secreto, seja na carne ou no espírito, seja grosseiro ou refinado, entristece o Espírito Santo.

3. "Enchei-vos do Espírito" (Ef 5:18).

Este é o slogan do lutador vitorioso. São guerreiros cheios do Espírito que vencem e derrubam as hostes Satânicas. Cheios da sabedoria do Espírito (Ef 1:17) eles discernem o ardil do Diabo (Ef 6:11). Cheios do poder do Espírito (Ef 3:16) eles estão contra elas. Cheios da plenitude do Espírito (Ef 3:19) eles estão sobrenaturalmente equipados para se engajar nesta batalha entre as forças sobrenaturais do bem e do mau e sobrenaturalmente fortalecidos para se tornarem vencedores.

Portanto, tomem toda a armadura de Deus, para que possam estar capacitados a permanecer firmes em seu campo no dia da batalha, e tendo lutado até o fim, permanecerem vencedores no campo (Ef 6:13).

Fonte: Revista O Vencedor - Junho 2011/Setembro-2011 - Editora Restauração

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A esperança que não se desespera

 
Rev. Hernandes Dias Lopes
 
A esperança é o oxigênio que nos mantém vivos. Quem não tem esperança vegeta, não vive. Quem passa os anos de sua existência na masmorra do desespero, acorrentado pelo medo e subjugado pelas algemas da ansiedade, conhece apenas uma caricatura da vida. A vida verdadeira é timbrada pela esperança, uma esperança tão robusta que espera até mesmo contra esperança. Foi assim com Abraão, o pai da fé. Deus lhe prometeu um filho, em cuja descendência seriam abençoadas todas as famílias da terra. Abraão já estava com o corpo amortecido. Sua mulher, além de estéril, já estava velha demais para conceber. A promessa de Deus, porém, não havia se caducado. Contra todas as possibilidades humanas, contra todos os prognósticos da terra, contra todo o bom senso da razão humana, Abraão não duvidou por incredulidade, mas pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus e esperou mesmo contra a esperança, e o milagre aconteceu em sua vida. Isaque nasceu e com ele a esperança de uma descendência numerosa e bendita.

A esperança que não se desespera tem algumas características:

1. Ela está fundamentada não em sentimentos humanos, mas na promessa divina. Abraão não dependia de seus sentimentos, mas confiava na promessa. Deus havia lhe prometido um filho e essa promessa não havia sido revogada. Abraão já estava velho e seu corpo já estava amortecido, mas esse velho patriarca não confiava no que estava em seu interior, mas naquele que é superior. Não vivemos pelo que sentimos, vivemos agarrados na promessa. Não devemos nos estribar em nossas emoções instáveis, mas na Palavra estável e inabalável daquele que não pode mentir. As promessas de Deus não podem falhar. Ele é fiel para cumprir sua Palavra. Devemos tirar os olhos de nós mesmos e colocá-los em Deus. Dele vem a nossa esperança. Ele é a nossa esperança. Nele podemos confiar.

2. Ela está fundamentada não em circunstâncias, mas naquele que governa as circunstâncias. A fé ri das impossibilidades, pois não é uma conjectura hipotética, mas uma certeza experimental. A fé não lida com possibilidades, mas com convicção. O objeto da fé não está no homem, mas em Deus. A fé não contempla as circunstâncias, mas olha para aquele que está no controle das circunstâncias. Abraão sabia que Deus poderia fortalecer seu corpo e ressuscitar a fertilidade no ventre de sua mulher. Sabia que o filho da promessa não seria fruto apenas de um nascimento natural, mas, sobretudo, de uma ação sobrenatural. A esperança que não se desespera não olha ao redor, olha para cima; não vê as circunstâncias, comtempla o próprio Deus que está no controle das circunstâncias.

3. Ela está fundamentada não nas ações humanas, mas nas intervenções divinas. Abraão e Sara fraquejaram por um tempo na espera do filho da promessa. O resultado dessa pressa foi o nascimento de Ismael. A ação humana sem a condução divina resulta em sofrimento na terra, mas não em derrota no céu. O plano do homem pode ser atabalhoado, mas o plano de Deus não pode ser frustrado. Deus esperou Abraão chegar a seu limite máximo antes de agir. Esperou que todas as possibilidades da terra cessassem antes de realizar seu plano. Então, a promessa se cumpriu, o milagre aconteceu e Isaque nasceu. O limite do homem não limita Deus. A impossibilidade do homem não ameaça Deus, pois os impossíveis do homem são possíveis para Deus. Quando o homem chega ao fim dos seus recursos, Deus ainda tem à sua disposição toda a suprema grandeza do seu poder. Deus faz assim para que coloquemos nele toda a nossa confiança, para que tenhamos nele toda a nossa alegria e para que dediquemos a ele toda a glória devida ao seu nome.

sábado, 9 de julho de 2011

História da música "Amazing Grace (Maravilhosa Graça)" - Wintley Phipps

Carta a um Jovem Pastor Reformado: Cuidado com a Maledicência



Alberto Costa

(A carta abaixo é para um personagem fictício – embora baseada em fatos muito comuns entre pastores e seminaristas nos dias de hoje).

Caro Simão,

Recebi o email em que você critica aquele famoso pregador britânico. Lá você disse que ele compromete a fé da reforma, por causa de uma mensagem que ele pregou há vários anos, em que, num dado momento, ele expressa sua posição sobre a liturgia cristã e o uso da música no culto público. Notei também que você não aprecia muito o modo como ele se veste e que o fato dele haver chamado aquele outro pregador, de tendências contemporanistas, para pregar em sua igreja faz dele, definitivamente, alguém que rompeu com a fé da reforma. Você o chama de neo-calvinista e diz que falta-lhe a solidez bíblica de homens como Calvino, Lutero, Owen, Baxter, Edwards, Hodge, Kuyper, entre outros.  Diz que sua contribuição fica empalidecida por causa de algumas dessas posições suas e que, nossos pais no passado, contribuíram muito mais para o bem da ortodoxia cristã.

Bem meu irmão, visto que você me escreveu sobre o assunto – e como você tem usado as redes sociais como facebook, twitter e o blog para expressar suas críticas, senti a necessidade de orar a respeito de seus textos e preparar-lhe esta resposta. Peço até desculpas se você se sentir ofendido por algo, pois, como diz minha mulher, estou ficando um tanto rabugento com a idade.

Minha preocupação com assuntos como esses sendo tratados em listas de discussão na internet, em blogs, facebook e outras redes sociais não é, muitas vezes, com o mérito a respeito da contribuição desse ou daquele, pelo contrário. Preocupa-me mais o fato de termos um problema ético.

Sabe, na academia, talvez possamos dar-nos o direito de acusar de erro esse ou aquele autor, à distância – nesse caso, é exigido que oponhamos argumentos a pontos específicos e os documentemos e publiquemos para dar oportunidade à tréplica. Dizer que um argumento não convence implica, por honestidade intelectual, apresentar um argumento de melhor qualidade.

É o mínimo que devemos no ambiente externo à academia. Dizer "fulano está errado" ou "a contribuição desse ou daquele está sendo sobrevalorizada", sem oferecer uma discussão circunstanciada e embasada de pontos específicos, com o propósito de ensinar quem carece de ensino ou de corrigir quem carece de correção, não constitui um serviço prestado às igrejas, em geral, e aos discípulos, em particular, e fica muito próximo de "partidarismo e maledicência" (no ambiente acadêmico, os nomes seriam outros, com mais latim,  ex isso, ex aquilo). E temos (eu também e não poucas vezes, no passado) feito isso amiúde.
Estou chamando a atenção para esse ponto, meu irmão, por dois motivos:
  • Protege-nos de nos deixarmos levar por tentações típicas não só (mas também e com muitas evidências) do movimento reformado: idealizar movimentos e autores do passado distante e desenvolver uma incapacidade notável de manter diálogo respeitoso com nossos contemporâneos e cooperação com aqueles mais próximos de nós. Motivo: é muito mais fácil ver os defeitos dos que estão mais próximos e achar que, em comparação, os antigos eram, na pior das hipóteses, um ideal buscável; duvido que fôssemos tão positivos assim em relação a Owen, ou Baxter, por exemplo, se fôssemos seus vizinhos de quarteirão ou se fôssemos pastores de alguma igreja na cidade vizinha à dele, na época dele;
  • Incentiva-nos a ser propositivos: em vez de ficarmos dizendo o que achamos uns dos outros deveríamos expor o nosso ponto, Bíblia aberta e exposta, de modo que pudéssemos ser julgados por tantos "bereanos" quantos haja em nosso meio, examinando as Escrituras para ver se não estamos "pisando na bola".
É algo bem comum lermos ou ouvirmos comentários que diminuem o valor desse ou daquele irmão  (e até o acusam de erro) sem ser comum, frequente ou, mesmo, sem acontecer de jeito nenhum, uma exposição do ponto, com começo, meio e fim, que possa ser útil a quem está aprendendo. Um comentário como o que você fez a respeito daquele famoso pregador – e todos nós já fizemos em algum momento a respeito de alguém – não expõe o erro com argumento escriturístico, não ensina a verdade com argumento escriturístico, não constrói coisa alguma, exceto uma predisposição negativa a respeito de alguém que está, a duras penas, como todos nós, tentando realizar o ministério em meio a todo tipo de contradição, limitação intelectual, tentação e ambiente de luta espiritual. Se acusar aquele irmão pudesse edificar uma única congregação de 30 cristãos, eu mesmo poderia fazê-lo – e de bom grado. Mas, não sendo útil a ninguém, tudo o que resta é um certo gosto de, como eu disse antes, partidarismo e maledicência, no que temos nos tornado mestres, um hábito, não raro, contraído na academia – no seminário onde estudei, tínhamos,em meu tempo, uma praça com esse apelido: praça da maledicência.

O fato é que temos, com nossos comentários e teclados afiados, desenvolvido mais "impressões" e "predisposições" a respeito de pessoas com as quais nunca trocamos palavra, sem, com isso, acrescentar uma vírgula ao conhecimento de Cristo que temos e que têm os nossos irmãos.

Paulo se refere à repreensão que proferiu a Pedro, como exemplo no contexto de uma exposição trabalhosa do Evangelho, com o objetivo de edificar os gálatas. Nós, sem fazermos exposição de coisa alguma, damo-nos o direito de dizer que achamos que Pedro mais atrapalha que ajuda. Não se trata, então, de uma discussão teológica, mas de uma atitude ética que devemos rever.

Então, meu irmão, nesse ponto minha preocupação vai muito além da pessoal e teológica – é comunitária e tem a ver com conduta ética. Qualquer um pode discutir cessacionismo, milenismos, landmarquismo, confessionalismo, liturgismos, etc..Mas, o nosso desafio é edificar igrejas missionárias, qualificar santos para a obra do ministério em qualquer área da vida e fazer isso rápido (e não em décadas), preparar presbíteros (que raramente os temos em condições de ouvir o discurso de Atos 20:18-35). Com graça, paciência e iluminação vamos resolvendo as questões mais periféricas de nossas diferenças teológicas. Neste ponto, temos de saber em que eu concordo e como posso cooperar com o meus irmãos na reforma que há por fazer, e isso é mais importante do que afirmar que o Fulano ou Sicrano não contribui o suficiente com o calvinismo porque ele advoga esse ou aquele ponto com o qual não posso concordar, seja qual for.
Estou sendo honesto, irmão, e afirmando minha disposição de achar pontos comuns em vez de ficar discutindo a miríade de assuntos polêmicos dos quais gostamos de nos ocupar. E fazer o ministério em vez de ficar na retranca, cuidando para não levar gol.

Para você Simão, um grande e saudoso abraço. Espero revê-lo em breve.

P.S.: É curioso que o texto que você citou como alvo de suas críticas tem mais de 25 anos.  Há 25 anos nem eu – e nem você e, quiçá, nem o pregador que você critica – cria em tudo que cremos agora; há 25 anos, eu achava, inclusive, que eu valia alguma coisa e sabia mais que meu pai. Uma esposa (bodas de pérola já completadas), três filhos e todos os pecados dos últimos 25 anos derrubaram a ilusão do machão aqui.

Fonte: Blog Fiel

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Loucura da Cruz, os Direitos Humanos e a Liberdade de Expressão



Por Tiago Santos

1 - A Sedução do relativismo:
Vivemos em tempos em que as pessoas não gostam de ser importunadas ou confrontadas com certas questões. Alguns temas que tocam nossa vida diária, não podem mais ser abordados sem que se corra o risco de ofender uma consciência aqui e ali; afinal, alguns argumentam, esses assuntos incômodos encontram-se em um campo de conceitos subjetivos, submetidos ao crivo do particular. Ou seja, o que é para mim poderá não sê-lo para você. Aliás, essa é a principal característica de nossos tempos: relativismo. Tudo é relativo.
Nas últimas décadas, essa mentalidade tem alcançado a igreja. Hoje em dia, um outro evangelho tem sido anunciado. Um evangelho “light”, que não custa nada. Um evangelho tolerante, amigável, inclusivo e fácil. Assim, os púlpitos estão sendo esvaziados e não sobra espaço para se abordar temas considerados controversos e ultrapassados. O evangelho de hoje removeu o escândalo da cruz; não tem justiça, arrependimento, sacrifício, entrega, auto-negação, as virtudes da lei, graça... O resultado dessa tendência é o sério comprometimento doutrinário. Várias doutrinas fundamentais, como as que mencionei, passam a ser questionadas ou reconstruídas com base em filosofias e pressupostos estranhos às Escrituras e à ortodoxia cristã.
Por outro lado, a agenda evangélica tem sido cada vez mais ocupada por assuntos do momento – via de regra, de cunho ecológico, social, filosófico, enfim. Os proponentes desta nova agenda evangélica, articulistas, escritores, apóstolos e pastores, televangelistas, ao abandonarem a Escritura para lidar com as questões da vida e do momento, precisam cooptar com ideologias estranhas ao cristianismo, via de regra com viés político esquerdista e com as novas hermenêuticas que as filosofias pós-modernas têm proposto, oferecendo suas fórmulas como panacéia dos males mais profundos de que padece a humanidade – ignorando que a Queda e seus efeitos é que de fato causam a mais abissal miséria do homem e que a única restauração se dá pelo genuíno evangelho do Senhor Jesus Cristo.
Mas, uma das características mais marcantes dos proponentes desta nova agenda entre o povo evangélico, é a força de sua propaganda e a virulência de sua beligerância – intolerantes em nome da tolerância, não aceitam o contraditório e rejeitam o debate na arena bíblica. A defesa da fé é reputada como conduta reacionária e fundamentalista, ao arrepio das Escrituras e de cartas bíblicas como a de Judas.
O politicamente correto em que vivemos, parece ser incompatível com a velha idéia de buscar a orientação da Escritura para “ver se as coisas são mesmo assim”.
Isso tudo se constitui num grande desafio para o cristão sincero hoje. Precisamos reaprender a pensar biblicamente e a submeter as questões mais complexas da vida ao crivo das Escrituras – no melhor espírito da nobreza bereana.

2 - A loucura da mensagem cristã:
Mas nos enganamos se achamos que esse é um problema atual. Quando pensamos no evangelho da cruz, somos logo lembrados da controvérsia que envolveu a pregação do apóstolo Paulo em Corinto.
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.
Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.
Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.
Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
(1 Coríntios 1.18-31)

Paulo está falando aqui não do ato de pregar, mas do conteúdo da pregação. O verso 18 fala da “palavra da cruz” como sendo loucura.
O conteúdo do evangelho era escandaloso então e ainda o é hoje.
A “palavra da cruz” era escandalosa aos judeus e gentios porque naquela sociedade não fazia sentido a morte estúpida e violenta de um herói. A imagem de Cristo crucificado – a pregação de Paulo – era incompatível com a idéia judaica de um Messias que estabeleceria um reino político, visível, poderoso e glorioso. Mas a idéia de um Messias na cruz era quase blasfema para um judeu.
Para o gentio era loucura um herói morto como um bandido na cruz. Para o gentio, a mensagem da cruz era algo tolo, um contra-senso. 
D. A. Carson, ao analisar essa passagem, demonstra que o ponto do apóstolo Paulo é que nenhuma filosofia ou cosmovisão – seja da antiguidade ou de nossos dias – terá algum valor se seu cerne não for a cruz de Cristo – escândalo para os judeus, loucura para os gentios. Mas, nem toda sabedoria humana era insuficiente para salvar o homem do pecado – assim como hoje nada, absolutamente nada, a não ser a mensagem de Cristo – e este crucificado – pode alcançar o coração do homem. Sem a cruz, haverá ou idolatria, ou legalismo. É a loucura da pregação da mensagem da cruz que tem o poder de redimir.
E Paulo é muito assertivo ao definir a mensagem da Cruz como o poder de Deus [dinamis]. A mesma palavra que ele usa em Romanos 1.16. Poder aqui tem um sentido muito intenso – é o mesmo tipo de poder que Deus usou para criar o universo [Hb. 1-3]. A idéia aqui é demonstrar a nossa incapacidade de nos salvarmos e a necessidade da ação do próprio Deus em nossa redenção. 
O verdadeiro evangelho implica a necessidade da regeneração, do novo nascimento – como Jesus ensina em João 3. Envolve o arrependimento, a auto-negação, o abandono deliberado e resoluto de nossos vícios e pecados, a fé e a obediência, a novidade de vida – luta diária contra a carne, o mundo e o diabo – o despir-se do velho homem e o revestir-se do novo homem, a adoração verdadeira, o fim da idolatria – da auto-idolatria, movido pelo orgulho e pelo ego inflamado e ensimesmado, a santidade – separação dos valores deste mundo, da mentalidade do mundo, e o dirigir de nossos afetos, de nossa mente e coração para Deus.
E não tem outro jeito. O Espírito só opera pela loucura da pregação (Rm. 10.17). Se você não experimentou essas coisas, não há boas novas para você. As boas novas só são boas quando nos levam à cruz de Cristo, que é onde encontramos o perdão de nossos pecados, somos redimidos, resgatados, propiciados, declarados justos, adotados e santificados.
Quero propor então, para todos nós, o retorno ao evangelho da cruz. Fazer isso, todavia, envolverá lutas e disposição ao sacrifício – dentro da própria igreja, cuja mentalidade está muito afetada pelos valores do presente século e em nossa sociedade, que vive uma fase pós cristã – em que rejeita e opõe-se, deliberadamente, a tudo que a fé cristã ensina e conquistou ao longo dos séculos.

3 - A relação entre a fé individual e o estado:
Neste ponto, desejo propor como podemos expressar nossa fé – nossa pregação que é louca e ofensiva – neste mundo pluralista e relativista em que vivemos.
No Brasil, vivemos em uma sociedade organizada, democrática.
A relação entre a fé e o estado tem sido sempre uma questão conturbada. Difícil.
Expressar nossa fé ofensiva nos dias de hoje, no Brasil, é algo que tem causado incômodo a vários setores da sociedade. Via de regra aqueles de caráter libertário e libertino – que não podem aceitar o elevado padrão moral imposto pela fé cristã. Não raro, temos visto casos de pastores e mesmo crentes serem censurados por sua fé – quando afirma, por exemplo, que a prática e comportamento homossexual é pecado e que deve ser abandonado, ou quando afirmam que o aborto é homicídio, aos olhos de Deus [e mesmo aos olhos de uma sociedade sensata], quando dizem que, segundo as Escrituras, Deus criou homem e mulher essencialmente iguais, em dignidade e valor, mas diferentes quanto aos seus propósitos e função na economia familar. Até mesmo questões envolvendo o comportamento sexual tem sido alvo de perseguições – quando a pornografia, o adultério, a promiscuidade, a indecência, etc são nomeadas como ofensas, pecados grosseiros, e anomalias – atos que comprometem e colocam em xeque a primeira instituição fundada por Deus, a família  – há então perseguição, linchamento moral, intimidação e, vejam só, ultimamente até mesmo processos na justiça.
Isso tem acontecido diante de nossos olhos e temos feito pouco para combater esse comportamento vil e ilegal.
O cristão, às vezes, tem a tendência de se deixar martirizar – como se o martírio fosse enaltecer a causa do evangelho. Bem, ainda que sejamos “bem aventurados” quando somos injuriados pelo nome de Cristo [Mt. 5.11,12], somos também “bem aventurados” quando temos “fome e sede de justiça” Precisamos entender a “fome e sede de justiça” como sendo aquela que tem a ver com retidão e equidade, a justiça que veremos no mundo vindouro e idealizamos hoje, no mundo onde peregrinamos. A justiça que o estado tem o dever de promover, para o convívio pacífico da sociedade (Rm. 13).
É bom lembrar que o conceito de justiça enquanto eqüidade nas relações entre os homens – mediada pelo estado – é algo muito presente nas Escrituras, não só nas narrativas, mas como um princípio teológico. Vemos esse conceito em Romanos 13 e também o vemos na conduta de Paulo, quando usa sua cidadania romana como um instrumento de direito e reclama reparação moral e pública pelo julgamento, sentença e pena injustas que recebeu em Filipos [Atos 16.19-40], ainda quando questiona a pena que queriam infligir-lhe [de açoites] sem um julgamento justo em Jerusalém [Atos 22.25-30] e ainda sua defesa diante do governador [e juiz] Felix [Atos 24.10-21] também diante de Festo e Agripa e, mais adiante, usando a estrutura jurídica de sua época e o direito que lhe cabia, apelou ao imperador, a César [Atos 25].
Vemos no exemplo e mesmo nos princípios das Escrituras o dever de andarmos com retidão em nossa sociedade, sendo luz e exemplos de nosso proceder diante do ímpio e usando a espada e o poder do estado para promover a justiça e a eqüidade.
Como cristãos, temos o dever de afirmar a nossa fé com liberdade e a usarmos – como fez o apóstolo Paulo – o direito divino (contemplado e assimilado pelas leis) para defender nossa fé, nossa dignidade, nossa liberdade, nossa consciência e o direito que temos de proclamar e expressar o que cremos.

4 - O direito no Brasil e a expressão de nossa fé:
Assim sendo, em que pese as tensões existentes nesta difícil relação, é bom termos ciência de que legislação brasileira recepciona em sua carta magna, a constituição, e mesmo na legislação infraconstitucional os preceitos fundamentais do direito do homem, do ser humano, presentes na declaração universal dos direitos humanos.
O preâmbulo da declaração dos direitos humanos da ONU, elaborada em sua fundação em 1948, preceitua que:
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum,
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão...”
E, em seus artigos XVIII e XIX, estabelece o seguinte:
Artigo XVIII.
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular.
Artigo XIX.
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
No Brasil, todas as constituições, desde da República de Rui Barbosa, Deodoro da Fonseca e Joaquim Nabuco, em 1891, há a proteção da consciência religiosa. Mesmo a as constituições dos regimes de exceção, em 1937 e em 1964, ainda que as liberdades de imprensa e de expressão tenham sido cerceadas, a liberdade de consciência religiosa foi preservada. A atual constituição, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, fazendo coro com a declaração dos direitos humanos, em sua seção Dos Direitos e Garantias Fundamentais [e é importante termos essas definições em mente] , diz o seguinte no caput de seu artigo 5º:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
A Lei constitucional é a primeira e principal lei da nação. Todas as demais leis estão sob seu espectro e autoridade. A inviolabilidade da consciência implica o direito de expressar com liberdade o que cremos. O inciso VIII estabelece que nossas crenças não podem servir de subterfúgio para que sejamos privados de qualquer direito – principalmente o direito de expressá-la – além ainda do artigo VIII que estabelece a liberdade de expressão.
Na constituição, vemos ainda o seguinte:
No código penal brasileiro, por sua vez, no artigo 140, o tipo penal criminaliza a injúria contra o credo religioso:
Art. 140: Injúria
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem:
E o artigo 208 foi elaborado especificamente para tratar sobre a liberdade de cultuar:
208: Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objetos de culto religioso:
Pena: Detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único: se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência
Se a lei protege a consciência religiosa, chamando-a de ‘inviolável’ e fundamental, é uma inferência lógica – apoiada pela doutrina jurídica – que a expressão desta fé é igualmente inviolável e fundamental.
A constituição ainda aplica o princípio audiatur et altera pars,  que quer dizer “ouça-se também a outra parte”, também conhecido como princípio da ampla da defesa e do contraditório. Isso significa que temos ao nosso dispor todos os meios legais de defesa disponível, no caso de algum desses direitos básicos serem violados – mesmo que pelo próprio estado.

5 - Conclusão:
A fé cristã é ofensiva – sempre foi e sempre será. Sempre haverá uma tensão entre afirmá-la, praticá-la e, ao mesmo tempo, viver no meio de uma sociedade que a rejeita e a odeia.
Temos o dever de dar o testemunho da verdade neste mundo de trevas. Isto envolve dizermos e fazermos aquilo que a Escritura sagrada ensina – no campo ético, moral, relacional – amando ao próximo, respeitando a vida, vivendo com integridade, retidão, honestidade – estabelecendo famílias fortes e igrejas centradas em Deus e na Palavra. Isso será o contraponto da irracionalidade e insensatez que envolvem este mundo tenebroso.
Temos de confrontar esta anarquia de pensamentos e tendências que caracterizam nosso século com o ensino da Palavra e uma conduta que seja condizente com este ensino.
O estado, por sua vez, tem a obrigação e dever de estender a espada da justiça e equidade aos cristãos – e fazemos bem em utilizar essa espada. Não temos de nos refugiar nas cavernas e catacumbas. Temos de afirmar com fé, coragem e ousadia nossa convicção cristã e impor ao estado, pelos meios legítimos, que use a espada não para perseguir cristãos por conta de sua consciência, mas para promover a paz e a equidade. O direito de consciência religiosa é um direito sagrado, dado por Deus. O estado que o rejeita está contrariando sua vocação – e deve ser, nesse caso, confrontado.


Sobre o autor:
Tiago J. Santos Filho é bacharel em direito e mestrando (M.Div) em Teologia Sistemática pelo instituto de pós-graduação Andrew Jumper da universidade Mackenzie. É membro da Igreja Batista da Graça onde auxilia como pregador e professor. É editor-chefe e o atual presidente do conselho da Comunhão Reformada Batista no Brasil. Casado com Elaine e pai de três filhos: Tiago, Gabriel e Rebeca.

Copyright© 2011 Tiago Santos e Editora FIEL.
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sinais iminentes da volta de Cristo


Fernando Paulo Ferreira

E disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo. Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra (Apocalípse 22:10-12).

As notícias não param de chegar. A cada dia recebo uma na qual me lembro da passagem bíblica acima. Não dá para ficar calado, não dá para dissociar uma coisa da outra. São sinais da iminente volta do Senhor Jesus para arrebatar sua Igreja.

Aporvam-se leis absurdas que vão de encontro com as leis divinas. Permitem-se de tudo que pode destruir a vida das pessoas. Governos que governam somente para si e uns poucos, deixando de lado o resto. Pais que se sentem amarrados, não podendo mais disciplinar seus filhos porque uma lei os está proibindo disso. Professores não podem mais chamar a atenção de seus alunos que estão prejudicando o bom andamento das aulas, sob pena de serem acusados de agressão, mesmo não tocando neles.

Liberação ao uso e consumo de drogas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil que já está dando seus primeiros passos. Casamentos entre pessoas do mesmo sexo, sendo tratada como a coisa mais natural da vida. Tudo isso com o apoio da imprensa, advogados, juízes e homens do poder.

Por que são sinais? Eu creio que são sinais. Nós não podemos lutar contra eles, pois são mais fortes do que nós e se alastram por todo o mundo. E por que não conseguimos vencê-los? Porque já está tudo profetizado na Bíblia e não adianta nós querermos mudar uma letra disso tudo. Deus já estabeleceu seu plano e só ele tem a solução.

Não adianta irmos às ruas lutar contra essas abominações. A estrada pela qual o anticristo irá desfilar está sendo asfaltada. E no momento certo, sem falha alguma, Deus mostrará quem é dele e quem não é.

Infelizmente, muitas igrejas estão seguindo e ajudando a pavimentar esta estrada. E muitos de seus seguidores estão cegos. Não suportam a idéia de serem submissos ao Senhor, querem continuar com seus prazeres, sem que ninguém diga que é errado. Aqueles que andam na contramão, são chamados de fariseus, crentes frios, sem amor.

Mas eu digo: espere e verá. Quando eles estiverem diante do grande trono branco, diante do Juiz de toda a terra, o que responderão quando Ele perguntar: "O que fizeste?"

Aí que vai cair toda máscara, toda defesa. Nada subsistirá diante do Santo Deus.

Então, quem quiser andar com Jesus, limpe-se de toda imundícia, seja justo, e pratique a justiça!

Um forte abraço...

Fernando