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terça-feira, 31 de julho de 2012

A Maldição do Homem Moderno


A. W. Tozer

Existe uma maldição antiga que permanece conosco até hoje — a disposição da sociedade humana de ser completamente absorvida por um mundo sem Deus.


Embora Jesus Cristo tenha vindo a este mundo, este é o pecado supremo dos incrédulos, o qual levou o homem a não sentir — nem sentirá — a presença dEle que permeia todas as coisas. O homem não pode ver a verdadeira Luz, tampouco pode ouvir a voz do Deus de amor e verdade.

Temos nos tornado uma sociedade “profana” — completamente envolvida em nada mais do que os aspectos físico e material desta vida terrena. Homens e mulheres se gloriam do fato de que são capazes de viver em casas luxuosas, vestir roupas de estilistas famosos e dirigir os melhores carros que o dinheiro pode comprar — coisas que as gerações anteriores nunca puderam ter.

Esta é a maldição que jaz sobre o homem moderno — ele é insensível, cego e surdo em sua prontidão de esquecer que existe um Deus. Aceitou a grande mentira e crença estranha de que o materialismo constitui a boa vida. Mas, querido amigo, você sabe que o seu grande pecado é este: a presença eterna de Deus, que alcança todas as coisas, está aqui, e você não pode senti-Lo de maneira alguma, nem O reconhece no menor grau? Você não está ciente de que existe uma grande e verdadeira Luz que resplandece intensamente e que você não pode vê-la? Você não tem ouvido, em sua consciência e mente, uma Voz amável sussurrando a respeito do valor e importância eterna de sua alma, mas, apesar disso, tem dito: “Não ouço nada?”

Muitos homens imprudentes e inclinados ao secularismo respondem: “Bem, estou disposto a agarrar minhas chances”. Que conversa tola de uma criatura frágil e mortal! Isto é tolice porque os homens não podem se dar ao luxo de agarrar as suas chances — quer sejam salvos e perdoados, quer sejam perdidos. Com certeza, esta é a grande maldição que jaz sobre a humanidade de nossos dias — os homens estão envolvidos de tal modo em seu mundo sem Deus, que recusam a Luz que agora brilha, a Voz que fala e a Presença que permeia e muda os corações.

Por isso, os homens buscam dinheiro, fama, lucro, fortuna, entretenimento permanente ou apego aos prazeres. Buscam qualquer coisa que lhes removam a seriedade do viver e que os impeça de sentir que há uma Presença, que é o caminho, a verdade e a vida.

Eu mesmo fui ignorante até aos 17 anos, quando ouvi, pela primeira vez, a pregação na rua e entrei numa igreja onde ouvi um homem citando uma passagem das Escrituras: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim... e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11. 28,29).

Eu era realmente pouco melhor do que um pagão, mas, de repente, fiquei muito perturbado, pois comecei a sentir e reconhecer a graciosa presença de Deus. Ouvi a voz dEle em meu coração falando indistintamente. Discerni que havia uma Luz resplandecendo em minhas trevas.

Novamente, andando pela rua, parei para ouvir um homem que pregava, em um cantinho, e dizia aos ouvintes: “Se vocês não sabem orar, vão para casa, ajoelhem-se e digam: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador”. Isso foi exatamente o que eu fiz. E Deus prometeu perdoar e satisfazer qualquer pessoa que estiver com bastante fome espiritual e muito interessado, a ponto de clamar: “Senhor, salva-me!”

Bem, Ele está aqui agora. A Palavra, o Senhor Jesus Cristo, se tornou carne e habitou entre nós; e ainda está entre nós, disposto e capaz de salvar. A única coisa que alguém precisa fazer é clamar com um coração humilde e necessitado: “ó Cordeiro de Deus, eu venho a Ti; eu venho a Ti!”

domingo, 22 de julho de 2012

POR QUE OS CRISTÃOS FOGEM DAS MISSÕES?


Fernando Paulo e 
Missionária Fernanda de Abreu Ferreira

Fernando Paulo Ferreira

“Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. Mas Jonas levantou-se a fim de fugir de diante da face do Senhor para Társis. Desceu a Jope, onde achou um navio que ia para Társis. Pagou sua passagem, e embarcou nele, a fim de ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor” (Jonas 1:2,3)

A atitude de Jonas pode ser comparada a de muitos cristãos hoje em dia. Ninguém quer pregar a palavra num lugar onde o pecado abunda, mas preferem fazer turismo onde a ganância abunda.

Por que fazem isso? É porque no lugar para onde o Senhor nos manda ir não tem o conforto com que estamos acostumados. Não querem ir a um lugar onde falta eletricidade, onde faltam lojas de conveniência, onde teríamos que nos hospedar em casas simples de pobres mortais, como nós.

Nestes lugares a palavra de Deus ainda não chegou, e muitos cristãos não querem ter essa responsabilidade de pregar e mudar a vida dos seus moradores, levando-lhes o básico da educação, das melhores condições de vida, do alimento diário da Palavra e da presença de Deus entre eles.

Muitos de nós, cristãos, preferimos doar ofertas para que alguém faça isso por nós.  Mas a ordem de Deus de ir e pregar o evangelho é para todos, sem distinção. Deus chamou Jonas, mas Jonas não quis ir, preferiu ir a Társis, uma cidade próspera na época, onde podia-se passear, conviver com beberrões, prostitutas e outros pecadores. Mas Deus mostrou a Jonas quem dá a ordem. Ele mandou a tempestade, revelou aos marinheiros a causa da tempestade e eles jogaram Jonas ao mar e tudo se acalmou, convertendo-se ao Deus vivo. Nesse ponto, a desobediência de Jonas deu frutos, mas a ordem de Deus ainda estava de pé: “Vá a Nínive!”

E Jonas foi, desgostoso, como uma criança que é obrigada pela mãe a fazer o que não quer. Mas ele foi, pregou a palavra do Senhor na cidade de Nínive, onde habitavam cento e vinte mil almas que não sabiam discernir entre o certo e o errado. E eles se arrependeram. E Jonas ainda tinha a esperança de que Deus destruísse os habitantes daquela cidade, pois eram pecadores.

E como Jonas, muitos cristãos consideram os não cristãos mais pecadores do que nós e nos recusamos a levar a palavra de arrependimento a eles. Tornamos-nos pecadores piores ao agirmos assim. Isso porque estamos desobedecendo a uma ordem direta de Deus.

Todos os finais de semana, início de férias e vésperas de feriadões, muitos cristãos pegam a estrada a fim de fugir de diante da face do Senhor e ir a praias, resorts, fazendas e montanhas, a fim de esticar as pernas, deitar na grama, tomar banho de mar, desfrutando das maravilhas que Deus criou, mesmo sabendo que em vários lugares há pessoas que precisam de uma palavra de conforto, aconselhamento, repreensão e orações.  Podem dizer que temos o direito de descansar, eu concordo. Mas teríamos muito mais satisfação em obedecer a palavra de Deus, indo e fazendo algo de que Deus se agrada.

Descanso não falta para quem faz a vontade de Deus. Afinal, a obra de Deus não é penosa. Não exige esforço, não nos prende a escritórios. A obra de Deus é ir a lugares onde falta alimento espiritual, o qual nós temos de sobra, onde falta conforto espiritual, que nós também temos de sobra e dividir com as pessoas desses lugares. Essas pessoas sentirão alivio. E Nós sentiremos prazer por ter lhes proporcionado e compartilhado aquilo que Deus nos deu.

Não devemos nos preocupar com o conforto dos lugares distantes, podemos levar barracas, nos hospedar em casas de outros cristãos ou ainda em escolas. Pois Deus que é rico em misericórdias, não nos deixará faltar nenhuma dessas coisas e providenciará tudo o que necessitamos.

Nas minhas próximas férias, irei à cidade de Maturéia, no Sertão da Paraíba, onde minha esposa está trabalhando na obra do Senhor. Ela aceitou o desafio de obedecer à palavra de Deus e não fugiu para a praia, para as montanhas e nem para as fazendas. Ela foi onde as pessoas são mais necessitadas, onde a palavra de Deus é escassa, onde a idolatria impera.

E Deus a está recompensando com muitas riquezas espirituais, saúde, força e habilidade de pregar a palavra.

E você? Que fará nas próximas férias?

Finalizo, com as palavras de Deus ditas a Jonas:

“Disse o Senhor: Tiveste compaixão da aboboreira que não te custou trabalho, a qual não fizeste crescer. Numa noite ela nasceu, e numa noite pereceu. Mas em Nínive há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a esquerda, e também muito gado. Não hei de eu ter compaixão dessa grande cidade?”

Fernando Paulo Ferreira
22/07/2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A soberania de Deus na salvação



Rev. Hernandes Dias Lopes

Como pode um homem sendo pecador ser salvo? Como pode um injusto ser declarado justo aos olhos do Deus santo? Como pode o homem tão vulnerável ter garantia de salvação? Paulo responde a essas questões quando escreve sua carta aos romanos. Vamos, tratar aqui de cinco afirmações categóricas que nos afirmam a soberania de Deus na salvação.

Em primeiro lugar, Deus nos conheceu desde a eternidade (Rm 8.29). Deus nos conheceu de antemão. Ele nos amou desde toda a eternidade. Amou-nos não porque viu algo em nós que despertasse seu amor, mas amou-nos incondicionalmente. Antes do sol brilhar no horizonte, Deus já havia colocado em nós seu coração. Antes dos mundos estalares virem à existência, nós já estávamos no coração de Deus. Seu amor por nós é eterno, incomensurável e incondicional.


Em segundo lugar, Deus nos predestinou para a salvação (Rm 8.30). Deus nos predestinou em Cristo, para a salvação, antes da fundação do mundo, desde o princípio, pela santificação do Espírito e fé na verdade, a fim de sermos santos e irrepreensíveis perante ele. Deus não nos escolheu porque previu que iríamos crer em Cristo; cremos em Cristo porque ele nos escolheu. A escolha divina é a causa da fé e não sua consequência. Deus não nos escolheu porque viu em nós santidade; fomos eleitos para sermos santos e irrepreensíveis e não porque éramos santos e irrepreensíveis. A santidade não é a causa da eleição, mas seu resultado. Deus não nos escolheu porque viu em nós boas obras; somos feitura dele, criados em Cristo Jesus, para as boas obras, e não porque praticávamos boas obras. As boas obras são fruto da escolha divina e não sua raiz.


Em terceiro lugar, Deus nos chamou eficazmente (Rm 8.30). Todos aqueles que são escolhidos por Deus na eternidade, por quem Cristo morreu no calvário, são chamados à salvação, e chamados eficazmente. O homem pode até resistir temporariamente a esse chamado, mas não finalmente. Jesus disse que ninguém pode vir a ele se o Pai não o trouxer. Disse, também, que suas ovelhas ouvem sua voz e o seguem. Os que Deus predestina, Deus chama. Há dois tipos de chamados: um externo e outro interno; um dirigido aos ouvidos e outro ao coração. Aqueles que são predestinados, ao ouvirem a voz do bom pastor, atendem-na e o seguem.


Em quarto lugar, Deus nos justificou por sua graça (Rm 8.30). Aqueles que são amados, escolhidos e chamados são também justificados. A justificação é uma obra de Deus por nós e não em nós; é um ato e não um processo. É uma declaração forense feita diante do tribunal de Deus e não uma infusão da graça. É completa e irrepetível. Por isso, não possui graus. O menor crente está tão justificado quanto o indivíduo mais piedoso. Pela obra substitutiva e vicária de Cristo na cruz somos declarados quites com as demandas da lei de Deus. Não pesa sobre nós mais nenhuma condenação. Nossos pecados passados, presentes e futuros já foram julgados na pessoa de Cristo, nosso substituto e fiador. Nossos pecados foram colocados na conta de Cristo e a justiça de Cristo foi colocada em nossa conta. Estamos quites com todas as demandas da justiça divina.


Em quinto lugar, Deus nos glorificou pelo seu poder (Rm 8.30). Embora a glorificação seja um fato futuro, que se dará na segunda vinda de Cristo, na mente e nos decretos de Deus já é um fato consumado. Mesmo que o caminho seja estreito e juncado de espinhos. Mesmo que os inimigos nos espreitem e toda a fúria de Satanás seja despejada contra nós, nada nem ninguém, neste mundo ou mesmo no porvir poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor. Nossa salvação foi planejada, executada, aplicada e assegurada por Deus. A Deus, portanto, a glória, agora e sempre por tão grande salvação!

Fonte: Boletim nº 159 (recebido por e-mail)

domingo, 1 de julho de 2012

Evangelização, a urgência de uma tarefa




Rev. Hernandes Dias Lopes


Jesus concluiu sua obra na cruz. Triunfou sobre o diabo e suas hostes e levou sobre si os nossos pecados. Agora, comissiona sua igreja a levar essa mensagem ao mundo inteiro. O projeto de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, a toda criatura, em todo o mundo. Três verdades devem ser destacadas sobre a evangelização. 

1. A evangelização é ordem de Deus. O mesmo Deus que nos alcançou com a salvação, comissiona-nos a proclamar a salvação pela graça mediante a fé em Cristo. Todo alcançado é um enviado. Deus nos salvou do mundo e nos envia de volta ao mundo, como embaixadores do seu reino. Jesus disse para seus discípulos que assim como o Pai o havia enviado, também os enviava ao mundo. Isso fala tanto de estratégia como de ação. Jesus não trovejou do céu palavras de salvação; ele desceu até nós. A Palavra se fez carne; o Verbo de Deus vestiu pele humana. A evangelização não é uma tarefa centrípeta, para dentro; mas centrífuga, para fora. Não são os pecadores que vêm à igreja, mas é a igreja que vai aos pecadores. Deus tirou a igreja do mundo (no sentido ético) e a enviou de volta ao mundo (no sentido geográfico). Não podemos nos esconder, confortavelmente, dentro dos nossos templos. Precisamos sair e ir lá fora, onde os pecadores estão. Jesus, antes de voltar ao céu e derramar seu Espírito, deu a grande comissão aos seus discípulos. Essa grande comissão está registrada nos quatro evangelhos e também no livro de Atos. Não evangelizar é um pecado de negligência e omissão. Na verdade, é uma conspiração contra uma ordem expressa de Deus.


2. A evangelização é tarefa da igreja. Nenhuma outra entidade na terra tem competência e autoridade para evangelizar, exceto a igreja. A igreja é o método de Deus. Não podemos nos calar nem nos omitir. Se o ímpio morrer na sua impiedade, sem ouvir o evangelho, Deus vai requer de nós, o sangue desse ímpio. Em 1963, quando John Kennedy foi assassinado em Dalas, no Texas, em doze horas, a metade do mundo ficou sabendo de sua morte. Jesus Cristo, o Filho de Deus, morreu na cruz, pelos nossos pecados, há dois mil anos e, ainda, quase a metade do mundo, não sabe dessa boa notícia. O que nos falta não é comissionamento, mas obediência. O que nos falta não é conhecimento, mas paixão. O que nos falta não é método, mas disposição. Encontramos o Messias, e não temos anunciado isso às outras pessoas. Encontramos o Caminho e não temos avisado isso aos perdidos. Encontramos o Salvador e não proclamamos isso aos pecadores. Encontramos a vida eterna e não temos espalhado essa maior notícia aos que estão mortos em seus delitos e pecados. Precisamos erguer nossos olhos e ver os campos brancos para a ceifa. Precisamos ter visão, paixão e compromisso. Precisamos investir recursos, talentos e a nossa própria vida nessa causa de consequências eternas. 


3. A evangelização é uma necessidade do mundo. O evangelho de Cristo é o único remédio para a doença do homem. O pecado é uma doença mortal. O pecado é pior do que a pobreza. É mais grave do que o sofrimento. É mais dramático do que a própria morte. Esses males todos, embora sejam tão devastadores, não podem afastar o homem de Deus. Mas, o pecado afasta o homem de Deus no tempo, na história e na eternidade. Não há esperança para o mundo fora do evangelho. Não há salvação para o homem fora de Jesus. As religiões se multiplicam, mas a religião não pode levar o homem a Deus. As filosofias humanas discutem as questões da vida, mas não têm respostas que satisfazem a alma. As psicologias humanas levam o homem à introspecção, mas nas recâmaras da alma humana não há uma fresta de luz para a eternidade. O mundo precisa de Cristo; precisa do evangelho. Chegou a hora da igreja se levantar, no poder do Espírito Santo e proclamar que Cristo é o Pão do céu para os famintos, a Água viva para os sedentos e a verdadeira Paz para os aflitos. Jesus é o Salvador do mundo!


Fonte: Boletim nº 157 (recebido por e-mail)