Ótimos títulos

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Pode vir, se "deus" não resolver: Eu resolvo.



Jefferson Queiroz

Pra ser evangélico você não precisa amadurecer, não precisa assumir responsabilidades, não precisa agir. Não precisa agregar virtudes ao seu caráter ou ao processo de sua vida. Primeiro porque Deus resolve. Segundo porque se Deus não resolver, o bispo ou o apóstolo resolvem. Observe a expressão: “Estou liberando a unção”. Pensando como isso pode funcionar, imaginei que seria algo como o apóstolo ou bispo dizendo ao Espírito Santo: “Não faça nada por enquanto, eles não deram oferta ainda, e eu não vou liberar a unção”.

Existe, por exemplo, a unção da superação da crise doméstica. Como isso pode acontecer? A pessoa passa trinta anos arrebentando com o seu casamento, e basta se colocar sob as mãos ungidas do apóstolo, que libera a unção, e o casamento se resolve. Quem não quer isso? Mágica pura.

Mas a pior, é a unção da empresa falida O micro-empresário chega a ser mau-caráter, incompetente para gerenciar o seu negócio, e não gosta de trabalhar. Mas basta ir ao culto, dar uma boa oferta financeira, e levar para casa um vidrinho de óleo de cozinha para ungir a empresa e resolver todos os problemas financeiros.

Essa postura de não assumir responsabilidades, de não agir com caráter, e esperar que Deus resolva, ou que o apóstolo ou bispo liberem a unção tem mais a ver com pensamento mágico do que com fé.

O evangelho dos evangélicos tem espírito fundamentalista. Peço licença para citar Frei Beto: “O fundamentalismo interpreta e aplica literalmente os textos religiosos, não sabe que a linguagem simbólica da Bíblia, rica em metáforas, recorre a lendas e mitos para traduzir o ensinamento religioso.” O espírito fundamentalista é literalista, e o mais grave é que o espírito fundamentalista se julga o portador da verdade, não admite críticas, considerações ou contribuições de outras correntes religiosas ou científicas.

Quem tem o espírito fundamentalista não dialoga, pois considera infiéis, heréticos, ou, na melhor das hipóteses, equivocados sinceros, todos os que não concordam com seus postulados, que não são do mesmo time, e não têm a mesma etiqueta. Quem tem o espírito fundamentalista se considera paradigma universal. Dialoga por gentileza, não por interesse em aprender. Ouve para munir-se de mais argumentos contra o interlocutor. Finge-se de tolerante para reforçar sua convicção de que o outro merece ser queimado nas fogueiras da inquisição. Está convencido de que só sua verdade há de prevalecer.

Mais uma vez Frei Beto: “o fundamentalista desconhece que o amor consiste em não fazer da diferença, divergência”. Por causa do espírito fundamentalista, o evangelho dos evangélicos é sectário, intolerante, altamente desconectado da realidade. O evangelho dos que têm o espírito do fundamentalismo é dogmático, hermético, fechado a influências, e, portanto, é burro e incoerente.

O evangelho dos evangélicos é um simulacro. Simulacro é a fotografia mais bonita que o sanduíche. Não me iludo, o evangelho dos evangélicos é mais bonito na televisão do que na vida. As promessas dos líderes espirituais são mais garantidas pela sua prepotência do que pela sua fé. Temos muitos profetas na igreja evangélica, mas acredito que tenhamos muito mais falsos-profetas. Os testemunhos dos abençoados são mais espetaculares do que a realidade dos cristãos comuns. De vez em quando (isso faz parte da dimensão masoquista da minha personalidade) fico assistindo estes programas, e penso que é jogada de marketing, testemunho falso. Mas o fato é que podem ser testemunhos por amostragem. Isto é, entre os muitos que faliram, há sempre dois ou três que deram certo. O testemunho é vendido como regra, mas na verdade é apenas exceção.

A aparência de integridade dos líderes espirituais é mais convincente na TV e no rádio do que na realidade de suas negociatas. A igreja evangélica esta envolvida nos boatos com tráficos de armas, lavagem de dinheiro, acordos políticos, vendas de igrejas e rebanhos, imoralidade sexual, falsificação de testemunho, inadimplência, calotes, corrupção, venda de votos.

A integridade do palco é mais atraente do que a integridade na vida. A fé expressa no palco, e nas celebrações coletivas é mais triunfante, do que a fé vivida no dia a dia. Os ideais éticos, e os princípios de vida são mais vivos nos nossos guias de estudos bíblicos e sermões do que nas experiências cotidianas dos nossos fiéis. Os gabinetes pastorais que o digam: no ambiente reservado do aconselhamento espiritual a verdade mostra sua cara.

Podre, mágico, mercantilista, fundamentalista, e simulacro. Eis o evangelho dos “evangélicos”.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Posso chamá-lo de Alá?

 


ÁSIA CENTRAL - É uma questão delicada com que se deparam os cristãos da Ásia Central que não têm passado islâmico, na hora de comunicar sua fé aos vizinhos muçulmanos. Quando muitos cristãos naquela região do planeta escutam o nome “Alá”, eles o associam ao fundamentalismo e até ao terrorismo.

“Eu não gostava do nome Alá; eu tinha medo dele”, reconhece uma crente. “O nome para mim tem ligação como o Wahabismo [uma versão muito rígida do Islã praticada na Arábia Saudita].

Um pastor no Quirguistão chegou a confessar: “Eu ouvi meus irmãos indonésios chamarem Deus de Alá e me senti incomodado. Por que eu deveria usar algum dia esse nome? Não me sinto bem com isso. Para Deus nós usamos o nome Khudo. Por que eu mudaria?”

Ao mesmo tempo, os novos convertidos que vieram do islamismo ficam confusos quando líderes da igreja insistem que o Deus da Bíblia deve ser chamado por qualquer outro nome, menos Alá.

Quando os cristãos fazem refeições com muçulmanos, muitos admitem se sentirem embaraçados quando uma oração islâmica de ação de graças é feita após a refeição e seus vizinhos erguem as mãos em forma de concha. “Quando eu evangelizava muçulmanos, sempre tinha receio de dizer Amém após as refeições e de levantar as minhas mãos”, disse uma cristã leiga. “Por isso, eu nunca participava da refeição.”

Para ajudar a resolver este impasse, a Portas Abertas começou a organizar seminários em países da Ásia Central, há alguns anos, com o intuito de levar os crentes de todas as procedências a terem uma melhor compreensão do islã. Neste processo, os crentes fazem muitas perguntas, levantam muitas questões, tentando identificar as atitudes e o linguajar mais parecidos com Cristo, a fim de adotá-los na transmissão do evangelho aos muçulmanos.

Após um destes seminários, um pastor do Tadjiquistão comentou que considerou o seu conteúdo “estimulador do pensamento e libertador”. O pastor revelou: “Quando eu me converti a Isa Mesih [Jesus Cristo], a comunidade de fé em que eu estava não utilizava o nome Alá. Nós fomos ensinados que Alá é o deus dos muçulmanos, e que ele é em tudo oposto ao Deus da Bíblia – que não há nada em comum entre eles.”

O pastor prosseguiu: “Os mestres da congregação diziam que era melhor usar a palavra Khudo, porque não é um nome árabe e não causaria confusão. Como eu vinha de uma família muçulmana, eu me preocupava sobre como compartilhar minha fé com os muçulmanos. Eu usava a palavra Khudo, mas eles entendiam Alá. Então, eu tinha que explicar que Alá é um deus errado. Esta colocação levava a discussões e insultos, e eles não escutavam a minha mensagem.”

O seminário

Durante os cinco dias do seminário, os participantes lutaram com uma extensa lista de questões que exigiram discussões detalhadas, como por exemplo: "Quem é Alá", "qual a origem deste nome", "como os cristãos árabes chamavam Deus nos tempos anteriores ao aparecimento do islã", "o Alá do Alcorão é diferente do Deus do Antigo Testamento", etc.

Qual é o background histórico? Por que Maomé se dedicou apenas ao único Deus verdadeiro, Alá, e recusou todos os ídolos? O que teria acontecido se ele tivesse tido acesso a uma Bíblia árabe completa? Pela primeira vez, alguns se surpreenderam ao ouvirem os versículos da Bíblia árabe que usa a palavra Alá repetidas vezes.

Alguns chegaram ao seminário com antipatia considerável em relação à frase islâmica Allahu akbar, que literalmente quer dizer “Deus é maior”. Mas eles a enxergam sob um prisma diferente quando a lêem em Jó na Bíblia árabe que “Alá é maior que qualquer mortal”, ou em 2 Crônicas 2.5 que “Alá é maior que todos os outros deuses.” E também no Novo Testamento árabe, em 1 João 3.20, que declara: “Alá é maior que os nossos corações e Ele conhece tudo.”

As reações após o seminário são variadas. Alguns cristãos não se movem de suas posições originais e continuam a acreditar que Alá é um deus diferente, logo, os cristãos nunca deveriam utilizar este nome para o Deus da Bíblia. Mas, outros experimentaram não só uma mudança na sua percepção, como também na atitude – de mais entendimento, o que diminuiu seus temores e hostilidade.

Uma senhora que concluiu os trabalhos ressaltou: “Através do seminário, Deus mudou meu entendimento sobre o nome Alá. Eu percebo que isto me ajudará efetivamente a servir aos muçulmanos e a alcançá-los. Como prova disso, naquela mesma noite, eu compartilhei o evangelho com uma mulher muçulmana que esteve bem receptiva!”

Embora o Pastor Kyrgyz tenha admitido que ainda se sente um pouco desconfortável depois do seminário, ele processou toda a informação e começou a colocá-la em prática. Ele começou por aprender a tradução das frases religiosas mais usadas pelos muçulmanos de sua região.

“Quando eu comecei a usar a palavra Alá no evangelismo pessoal, eu percebi com meus próprios olhos a receptividade dos muçulmanos. A barreira que estava no meu coração e que nos separava desapareceu”, ele disse.

“Os muçulmanos se tornaram mais próximos de mim, mesmo que ainda não tivessem aceitado Isa como seu Salvador e Senhor. Os obstáculos diminuíram e agora eu vejo muita abertura e compreensão. Quando eu almoço com muçulmanos, eu agradeço a Isa após a refeição, e o faço da maneira tradicional deles”, continuou o pastor.

“Eles ficam positivamente admirados, quando descobrem que eu sou um pastor cristão! Estas relações têm nos aproximado, e eles começam a fazer perguntas sobre a vida espiritual.”

Tradução: Joel Macedo 

Fonte: Portas Abertas

http://www.portasabertas.org.br/noticias/noticia.asp?ID=6918

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Vencendo as tempestades

 
Pr. Aguiar Valvassoura
As agitações de fora nunca devem ser maiores do que nossa paz interior.“Que homem é este que manda até no vento e nas ondas?” (Mc 4:41).
A beleza do Evangelho está no fato de não escondermos suas dificuldades. Mostra-nos as perseguições, as falhas e as lutas que os gigantes de Deus tiveram e não deixaram de ser gigantes pelo fato de tê-las passado.

Deus ao convidar-nos a segui-lo falou de renúncia, de cruz, de deixar tudo. Seu próprio Filho trilhou o caminho de sacrifício, tendo sido fiel até à morte, “e morte de cruz”. Nada oculto. Tudo às claras. Nós, como seguidores do Nazareno, precisamos aprender a pragmatizar nossa fé, torná-la viva, com poder de ação.

Nem sempre sucesso é símbolo de bênçãos; bem-estar não significa que tudo está bem, mas que nós estamos bem – apesar de tudo!

Em meio às tempestades, muitas bênçãos podem estar em processo, sendo preparadas e entregues por Deus às nossas vidas. Uma das maiores descobertas dos discípulos se deu em meio a uma tempestade. Os Evangelhos narram com clareza a experiência. O mar revolto, as circunstâncias tenebrosas abalaram os sentimentos dos discípulos. Eles falaram de morte... de medo... de abandono.

No entanto, em meio ao vendaval e desespero, o Mestre dormia. A tempestade, por si mesma, é assustadora, mas o dormir do Mestre assusta-nos ainda mais! Qual era o segredo de Jesus? Não importa o que acontece ao meu redor, o importante é aquilo que tenho dentro de mim.

A tempestade ruge, o vento sopra, mas não varre do nosso coração a paz que Cristo dá! A tempestade passa. A agitação se vai.

As circunstâncias mudam. O mar se acalma. A voz portentosa do Senhor da Natureza tem mais força do que os efeitos sobre ela mesma!

“Acalma-te”. Tudo se fez bonança. “Quem é Este?” — foi a pergunta dos discípulos. Você O conhece? Ele pode vencer suas tempestades e trazer paz para a sua vida.
 
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Pr. Aguiar Valvassoura é pastor titular da Igreja do Nazareno Central em Campinas-SP

Fonte: http://www.nazareno.com.br/site/editorial/2011/02/vencendo_as_tempestades

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Vitória - Adhemar de Campos

Um hino inesquecível. Foi esquecido pela igreja atual, mas jamais me esquecerei. Este hino faz parte do repertório que toca no meu coração. Vamos resgatar os hinos antigos para que possamos cantar novamente em nossas igrejas!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Janela em Ebulição


Fernando Paulo Ferreira

"Pois não temos de lutar contra contra a carne e o sangue, e, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os poderes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade, nas regiões celestes" (Efésios 6:12).

A Janela 10-40, o lugar mais hostil para os cristãos está em ebulição. O lugar menos evangelizado do mundo começa a pegar fogo. Tem alguma mensagem de alerta nisso? Creio que sim. Deus deve estar trabalhando por trás de todos estes acontecimentos.

Não sei como, mas Deus não faz alardes quando começa a agir. Começou com tremores de terra, vulcões ativos, enchentes, secas, fomes, guerras, agora termina com a instabilidade política de várias nações.

Estes acontecimentos nos últimos dias tem feito minha mente despertar para a urgência da vinda do Senhor Jesus. Exatamente no local mais hostil para a vida cristã germinar, crescer, frutificar. É o local onde muitos cristãos são perseguidos por causa da sua fé. Muitos são martirizados, humilhados, expulsos de suas casas, mas jamais renegam sua fé.

Aqueles que se convertem à fé cristã o fazem com medo de represálias. Muitas vezes voltam atrás e denunciam aqueles que os levaram à conversão. É impossível prestar culto a Deus de forma aberta, os cristãos dos países que compõem a janela 10-40 convivem com espiões disfarçados. Todo cuidado é pouco.

Mas felizmente, alguma coisa tende a mudar. o Sudão se dividiu entre Sudão do Norte, de maioria muçulmana e Sudão do Sul, majoritariamente cristão. No Egito, cristão e muçulmanos dão as mãos para derrubar um governo ditatorial, que esteve no poder por trinta anos. Seus vizinhos, do oeste da África ao leste da Ásia estão seguindo o mesmo exemplo.

Mas os líderes destes países não estão interessados em ceder uma grama do seu poder. Reagem com violência desproporcional ao protesto pacífico da população. O povo deseja mudanças, está cansado dos desmandos dos líderes, quer participar da vida política, mas quem senta no trono destrói todo anseio popular.

É por isso que eu creio que este seja o modo de agir de Deus. Silencioso, como no êxodo do povo hebreu do Egito, depois com poder avassalador. Deus deseja que todos os povos tenham liberdade e que os "deuses" das nações sejam destronados.

Está sendo pavimentado o caminho para a volta iminente do Senhor Jesus. No mesmo lugar onde os ungidos de Deus são humilhados, perseguidos e martirizados, o Senhor de toda a terra arvorará sua bandeira e dará vitória aos seus fiéis!

Aguardemos com grande expectativa o desenrolar dos fatos. A vinda do Senhor é breve!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ore pelo país número três em perseguição: Afeganistão

Campos no Afeganistão

AFEGANISTÃO (3º) - Com um governo islâmico e uma população de 28,15 milhões de pessoas e só alguns milhares de cristão, o Afeganistão ocupa a terceira posição na Classificação de países por perseguição. O país é governado por Hamid Karzai e tem o islamismo como principal religião.

Os cristãos que assumem sua fé publicamente suportam pressão da família, da sociedade e do governo. Normalmente eles evitam as câmeras de vigilância e não se encontram publicamente por razões de segurança.

Em junho de 2010, a vice-secretária do Parlamento ordenou a execução de cristãos convertidos depois da exibição do batismo de cristãos afegãos pela televisão. Como resultado, muitos cristãos tiveram que se esconder. Em agosto de 2010, muitos cristãos em serviço humanitário foram assassinados pelo Talibã.

Pedidos de oração

  • Ore pelos cristãos que vivem escondidos e sob pressão para renunciarem sua fé, sejam fortalecidos;
  • Ore para que os programas cristãos no radio e TV encoraje cristãos isolados e ajudem os que estão em busca pela verdade, para que encontrem Jesus;
  • Ore para que os recém-convertidos andem em sabedoria, pois apesar dos riscos, eles são ávidos por compartilhar as Boas Novas.

Tradução: Missão Portas Abertas

Fonte: Portas Abertas
http://www.portasabertas.org.br/noticias/noticia.asp?ID=6903

Semeadura e colheita

Rev. Hernandes Dias Lopes

Estamos iniciando mais um ano. É tempo de novos sonhos e desafios. É tempo de investimento e semeadura. A vida é feita de escolhas e decisões. Se fizermos escolhas erradas e tomarmos a direção errada distanciar-nos-emos do alvo de Deus para nossa vida. Se fizermos uma semeadura errada, no campo errado, faremos também uma colheita errada. A lei da semeadura e da colheita é universal. Colhemos o que semeamos, e colhemos mais do que plantamos. Destacaremos alguns princípios para a nossa reflexão:

1. A semeadura exige um tempo de preparação. Antes de semear um campo, o agricultor prepara o terreno. Lançar a preciosa semente sem primeiro arar a terra é trabalhar para o desastre. Na parábola de Jesus, o semeador lançou a semente à beira do caminho, no chão batido e sem umidade. A semente não penetrou na terra e por isso, as aves dos céus vieram e comeram-na. Lançou também a semente no terreno pedregoso e a semente até nasceu, mas por falta de umidade, mais tarde secou. De igual forma, semeou no meio dos espinheiros e a semente ao nascer foi sufocada, e mirrada, não produziu frutos. Apenas a semente que caiu na boa terra frutificou a trinta, a sessenta e a cem por um. Nós somos os semeadores e também o campo onde a semente é lançada. Precisamos preparar nosso coração para receber essa divina semente!

2. A semeadura exige esforço e sacrifício. O salmista diz que quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo trazendo os seus feixes. Muitas vezes devemos umedecer o solo duro com as nossas próprias lágrimas. Semear não é coisa fácil: exige preparo, esforço e sacrifício. Para semear precisamos sair e nos desinstalar do nosso comodismo. Às vezes, nessa semeadura nós encontramos toda sorte de resistência. Na parábola do semeador a semente foi atacada pelos seres espirituais, racionais e irracionais. O diabo, os homens, as aves, os espinhos e as pedras conspiraram contra a semente. O diabo rouba, os homens pisam, as aves arrebatam, os espinhos picam e as pedras ferem a semente. É por isso, que a semeadura, muitas vezes, arranca lágrimas dos nossos olhos. Mas, o semeador não desiste por causa do sacrifício da semeadura, ele sai andando e chorando enquanto semeia pela certeza de que a colheita é certa, abundante e feliz.

3. A semeadura determinada a colheita. Nós colhemos o que semeamos. A colheita é da mesma natureza da semeadura. Aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Quem semeia amizade, colhe afeto. Quem semeia amor, colhe simpatia. Quem semeia bondade, colhe misericórdia. Quem semeia no Espírito, do Espírito colhe vida eterna; mas quem semeia na carne, da carne colhe corrupção. Não podemos colher figos de espinheiros. A colheita não é apenas da mesma natureza da semeadura, mas também mais numerosa que a semeadura. Quem muito semeia, com abundância ceifará. Quem semeia ventos colhe tempestade. A semeadura é apenas um vento, mas a colheita é uma tempestade. Nossas palavras e ações são sementes que se multiplicam para o bem ou para o mal. Precisamos ser criteriosos na escolha das sementes. Estamos entrando pelos portais de mais um ano. Que tipo de semente nós vamos semear, em nossa vida, em nossa família e em nossa igreja? Que tipo de semeadura nós teremos em nossos estudos, em nossos relacionamentos e em nosso trabalho? Como será nossa semeadura em nossa vida espiritual? Que Deus nos ajude a semearmos com alegria e com abundância no campo certo, usando as sementes certas, para colhermos os frutos certos. Nós somos a lavoura de Deus e ele espera de nós muitos frutos, pois é assim que ele é glorificado!

Fonte: http://hernandesdiaslopes.com.br/2011/01/semeadura-e-colheita-2/#

Hollywood prepara filme com versão apocalíptica da história de Noé

O diretor Darren Aronofsky ficou conhecido por trabalhos como Réquiem para um Sonho, O Lutador e Cisne Negro (que concorre ao Oscar este ano). Seu próximo projeto deve ser o segundo filme do super-herói Wolverine. Porém, em um anúncio recente ele afirmou que fará um filme baseado na história bíblica da Arca de Noé.
Para testar a viabilidade de sua ideia, ele antes lançará o projeto em forma de história em quadrinhos. O roteiro de  “Noé” é baseado em um poema que Aronofsky escreveu aos 13 anos, quando estudava em uma escola de Nova York , e que lhe deu o primeiro lugar em um importante concurso promovido pelas Nações Unidas. Mas não se trata de uma versão convencional, pois descreve um Noé vivendo no final dos tempos.
Alguns anos atrás Aronofsky deu uma entrevista ao The Guardian, explicando:
“ Noé foi o primeiro ambientalista… a primeira pessoa a plantar uma vinha, beber vinho e ficar bêbado. Isso está na Bíblia. Foi uma das primeiras coisas que ele fez quando chegou à terra seca. Há uma certa culpa pela sobrevivência sendo mostrada. Noé é um personagem complicado, sombrio…
As coisas ruins que fazemos uns aos outros estão bem relatadas nos jornais. Claramente nosso planeta está morrendo, e estamos morrendo com ele…
É sobre o final do mundo e o segundo navio mais famoso da história – o primeiro é o Titanic. Acredito que essa é a hora certa para filmar. O apocalipse do clima, para mim, é o grande tema do momento, veja o que está acontecendo no planeta.”
O artista escolhido para ilustrar a revista foi o canadense Nico Henrichon (de “Os Leões de Bagdá“). Essa não é a primeira aventura do diretor no mundo dos quadrinhos. Ele já escreveu o roteiro de “The Fountain”, que depois virou filme.
Aronofsky já tentou produzir essa versão apocalíptica do herói bíblico antes, mas sem sucesso. Hoje, com a carreira em ascensão, acredita que não terá dificuldades para conseguir dinheiro para o filme. Além disso, trata-se de uma história bastante conhecida. “Noé” deve ser lançado em 2012, mas não há previsão quando o filme será rodado. Veja algumas imagens da revista em quadrinhos já divulgadas:
noah4 Hollywood prepara filme com versão apocalíptica da história de Noé
noah3 Hollywood prepara filme com versão apocalíptica da história de Noé
noah2 570x265 Hollywood prepara filme com versão apocalíptica da história de Noé
noah Hollywood prepara filme com versão apocalíptica da história de Noé

Agência Pavanews, com informações de Slash Film e Bleeding Cool

http://www.pavablog.com/2011/02/19/filme-com-versao/

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Crônicas e Rabiscos - Novo livro de Fernando Paulo Ferreira



Crônicas e rabiscos, meu novo livro com textos curtos, crônicas, fácil de ler e entender. É impresso artesanalmente, em impressora HP Deskjet 930C, no formato brochura, tamanho 21x16cm.

Para adquirir um exemplar, entre em contato comigo pelo telefone (11) 3608-4866, (11) 7556-7466, falando com minha esposa Fernanda que ela dará as instruções.

Ou, por e-mail: fernandopferreira@yahoo.com.br

O valor para envio via postal é R$30,00 (já incluído as despesas de postagens).

Crônicas e Rabiscos
Autor: Fernando Paulo Ferreira.
Brochura, 21X16cm
136 páginas
R$ 30,00

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Líder da igreja cubana é preso sob acusação questionável

 
 Rev. Roberto Rodriguez - foto: CSW

CUBA (41º) - Um respeitado líder da igreja cubana foi inesperadamente presos na segunda-feira, dia 14, e levado para uma cidade no centro do país, onde espera ser julgado. A agência CSW (Christian Solidarity Worldwide) acredita que as acusações de "comportamento ofensivo" e "ameaças" contra o reverendo Roberto Rodrigues sejam falsas.

Pessoas próximas ao reverendo Rodrigues, de 60 anos e com problemas de saúde, dizem que ele se tornou um alvo do governo depois que a organização que liderava "retirou-se" publicamente de um grupo religioso autorizado pelo governo no segundo semestre de 2008, e que as acusações criminais contra ele são uma tentativa de desacreditá-lo e silenciá-lo. Sua prisão foi tão repentina que o reverendo foi incapaz de levar uma importante medicação com ele. Teme-se que sem ela, sua saúde se deteriore.

De acordo com a sua família, os funcionários de segurança do estado chegaram em sua casa sem aviso prévio em 30 de agosto, e o forçaram a ir com eles. A família entende que Rodriguez será levado para a cidade de Placetas onde será julgado nos próximos dias. Os promotores pedem uma sentença de um ano de prisão.

As primeiras acusações contra o reverendo Rodriguez foram ao final de 2008 e marcado julgamento em três datas ao longo de 2009, mas não ocorreram. O cristão e sua família foram obrigados a mudar após frequente abuso verbal e físico de seus vizinhos, que aparentemente agiam com o apoio do governo. Os últimos 21 meses foram passados em prisão domiciliar.

A CSW pede às autoridades cubanas para que libertem imediatamente o reverendo Rodriguez e retire todas as acusações contra ele.

O diretor nacional da CSW, Stuart Windsor, disse: "O tratamento do reverendo Rodriguez e sua família nos últimos 21 meses tem sido vergonhoso. A União Europeia estará de olho na situação dos direitos humanos e examinará a sua Posição Comum sobre Cuba, neste mês. Enquanto há libertações sendo anunciadas de prisioneiros de consciência cubanos como uma melhora na situação dos direitos humanos, a prisão do reverendo Rodriguez esta semana demonstra que o governo cubano não está interessado na reforma real de tais direitos. Instamos a UE a se apresentarem urgentemente em nome do reverendo Rodriguez ao governo cubano."

Tradução: Carla Priscilla Silva 


http://www.portasabertas.org.br/noticias/noticia.asp?ID=6892

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Teologo anuncia o “fim das denominações”


Estamos sendo testemunhas da morte das denominações cristãs nos EUA? Questionou-se recentemente Russel D. Moore, decano do Seminário Teológico Batista do Sul em Lousiville.
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Um artigo recente do jornal Wall Street Journal, Moore assegurou que, de acordo com estudos realizados por organizações cristãs e seculares, estamos sendo sim.

Moore disse que cada vez menos Cristãos norte-americanos se identificam com uma denominação religiosa em particular, como os metodistas, batistas, presbiterianos e pentecostais e assegurou que cada vez mais os Cristãos escolhem uma Igreja não por pertencer a uma denominação concreta, senão baseando-se em questões mais práticas.

É fácil de encontrar o centro? Gosto eu da música? Existem grupos de apoio para aqueles que lutam com vícios? São alguns dos critérios enunciados.

Segundo Dean, esta tendência é uma extensão natural da experiência evangélica americana. Após a Segunda Guerra Mundial, a nova geração de evangélicos enfrentou as congregações que consideravam que lhes faltava vida espiritual. O povo pertencia a uma Igreja, mas parecia que dentro do templo que teve uma experiência que marcou sua vida.

Segundo a Pesquisa da Religião na Universidade de Baylor, as Igrejas não denominacionais representam hoje o segundo maior grupo dentro da faixa que compõem as Igrejas protestantes americanas e são também as que mais crescem.

Moore acredita que os reformadores querem voltar ao básico, para recuperar a centralidade de um relacionamento pessoal com Jesus, cumprindo o tema sempre presente no púlpito evangélico: “Ser membro de uma Igreja não faz de você um Cristão, da mesma forma que viver em uma garagem não faz de você um carro.”

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Igrejas cristãs são incendiadas e saqueadas na Indonésia


INDONÉSIA (48º) - Um grupo de muçulmanos indonésios incendiou e depredou igrejas cristãs e enfrentou a polícia nesta terça-feira, em meio a uma onda de violência religiosa no maior país islâmico do mundo.

Dois dias depois de um grupo de muçulmanos ter linchado até a morte três membros de uma pequena seita islâmica, uma multidão de muçulmanos furiosos atearam fogo a dois templos cristãos e saquearam um terceiro na cidade de Temanggung, no centro da ilha de Java, segundo a polícia.

Os fatos ocorreram durante confrontos com a polícia quando o grupo reclamava a pena de morte para um cristão condenado por blasfêmia contra o islã.

Eles exigem a pena de morte para Antonius Bawengan, 58, cristão condenado a cinco anos de prisão por distribuir panfletos considerados ofensivos ao islamismo.

"Hoje [terça-feira] foi o auge do julgamento. A multidão gritava que ele deveria ser condenado à morte ou ser entregue ao público", afirmou Djihartono, porta-voz da polícia provincial de Java Central.

Os manifestantes gritavam "morra, morra" do lado de fora do tribunal, e "queimem, queimem" ao seguirem em direção às igrejas, em uma região de Java onde muçulmanos e cristãos convivem pacificamente. Uma escola católica também foi vandalizada.

Os cerca de 1.500 manifestantes também atiraram pedras contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e tiros de advertência para o alto. Uma viatura da polícia foi queimada em meio à confusão, que começou em frente à corte e se espalhou pelas ruas do bairro.

O mais recente episódio de violência religiosa na Indonésia --geralmente citada como exemplo de país pluralista-- coincide com um aumento da pressão sobre o governo para que combata o extremismo e reforce seu compromisso com a diversidade.

A Constituição indonésia garante liberdade religiosa, mas grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que a violência contra minorias --incluindo cristãos e ahmadis-- só aumentaram desde 2008.

Organizações como a Anistia Internacional indicam que a intolerância está em alta na Indonésia, país de 240 milhões de habitantes, dos quais 80% são muçulmanos.

AHMADIS

Nesta segunda-feira, a imprensa indonésia divulgou um vídeo com imagens fortes, que mostram como membros de um movimento religioso minoritário são linchados por uma multidão de muçulmanos sem que a polícia intervenha.

As imagens foram filmadas no domingo em um povoado no oeste de Java, onde mais de 1.000 pessoas, armadas com machados e pedaços de pau, atenderam à convocação de organizações islâmicas para impedir uma reunião da seita dos ahmadis em uma casa particular. Três membros do movimento religioso morreram, segundo a polícia.

Os ahmadis, movimento pacifista, contam com 500 mil fiéis na Indonésia, onde mais de 80% da população é muçulmana.

Eles acreditam que Maomé não foi o último profeta do islã e dizem que Mirza Ghulam Ahmad, que fundou a seita na Índia no século 19, foi um sucessor e messias.

Um decreto do governo, adotado em 2008 devido à pressão de movimentos islâmicos, proíbe os ahmadis de propagar sua fé.

"Este brutal ataque contra fiéis ahmadis reflete o contínuo fracasso do governo indonésio em proteger as minorias religiosas de perseguições e ataques e em responsabilizar os responsáveis por estes crimes", destacou Donna Guest, diretora da Anistia Internacional para a região do Pacífico Asiático.

Scot Marciel, embaixador americano em Jacarta, divulgou um comunicado nesta terça-feira "lamentando a violência". "Encorajamos o governo indonésio a continuar incentivando a tolerância e protegendo os direitos de todas as comunidades", afirmou.

O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, condenou o linchamento dos ahmadis no domingo, mas defendeu a lei de 2008 que proíbe a seita de propagar sua fé. Esta legislação é usada por grupos radicais muçulmanos para justificar os ataques contra membros da minoria religiosa.

http://www.portasabertas.org.br/noticias/noticia.asp?ID=6875

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sejamos como os filtros



Por Fernando Paulo Ferreira

"Examinai tudo. Retende o bem" (1 Tessaloniscenses 5:21)

Um filtro atua basicamente como uma peneira, cuja função é reter as impurezas suspensas na água. Há os filtros do ar condicionado, que impedem que sejam jogadas poeiras e outras impurezas sobre as pessoas. Há os filtros do aspirador de pó que impede que a sujeira aspirada pelo aparelho seja atirada de volta ao ambiente pela saída de ar.

O filtro tem a função de impedir que a sujeira passe, somente a sujeira. Do outro lado está tudo limpo, podemos beber a água, respirar o ar e andar descalços pelo chão limpo.

O cristão deve aprender com os filtros. Ou melhor, deve ser como ele. A facilidade de engolir qualquer doutrina estranha à Bíblia, qualquer profecia, qualquer palavra dita nos púlpitos, qualquer palavra lisonjeira é gritante. Tudo é aceito simplesmente porque o pastor falou, o irmão profetizou, a moça sonhou.

O apóstolo Paulo nos exorta a examinar tudo e reter o que é bom. O ruim podemos jogar fora. O ruim que não está de acordo com a Bíblia podemos descartar.

Mas, asistindo a um culto numa igreja, cheia de telões, onde o assunto da pregação era mostrado, as passagens bíblicas eram mostradas, o que mais me chamou a atenção foi a versão da Bíblia utilizada: Nova Versão Internacional (NVI), Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) e Bíblia Viva (BV).

Percebi que as outras versões tradicionais não eram usadas, nenhuma vez. Além disso, muitas passagens não combinavam com a versão que eu uso, a Edição Contemporânea de Almeida (ECA). Olhando para os lados, para os irmãos, muitos deles não levavam Bíblias, os que levavam nem se davam ao trabalho de abri-las, para ver se de fato a palavra pregada era assim. Bastava apenas olhar para o telão e lá estava a passagem da Bíblia que o pastor estava pregando, mesmo que estivesse fora do contexto original.

Não tenho a intensão de, com este artigo, difamar as versões da Bíblia. Mas quero alertar aos irmãos que precisam ter em mente que traduções humanas nem sempre expressam a pura e perfeita vontade de Deus. Eu, por mim mesmo, prefiro ficar com as originais, onde a beleza da poesia dos Salmos, a perfeição das profecias, o expressar dos pensamentos dos primeiros apóstolos e as palavras profundas de Jesus permanecem inalteradas.

As novas traduções, com a intensão de facilitar o entendimento das pessoas menos instruídas, muitas vezes pecam por extrair do original tudo de bom que Deus nos deixou ao longo dos séculos.

Quando for às reuniões da sua igreja, não deixe de levar sua Bíblia. Tenha em casa algumas versões diferentes para que você possa pesquisar e compará-las.

Uma coisa tenho a dizer aos pastores: jamais adotem uma só versão como padrão nas suas igrejas. Permita e incentive os membros à leitura e estudo diário das escrituras.

Comparem as versões, filtrem tudo, examinem tudo e retende o que é bom!

Um abraço de seu saudoso conservo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O que a justificação tem a ver com o Evangelho?


por Sinclair Ferguson

“Devo enfatizar novamente que a doutrina da justificação pela fé não é o que Paulo quer dizer com ‘o evangelho’. Ela está implícita no evangelho; quando o evangelho é proclamado, as pessoas chegam à fé e são consideradas por Deus como membros do seu povo. Mas ‘o evangelho’ não é um relato de como as pessoas são salvas.”
—N.T. Wright, What Saint Paul Really Said, pp. 132–33

Há uma plausibilidade marcante em dizer que a “justificação pela fé não é o que Paulo quer dizer com ‘o evangelho’”. Afinal, como N. T. Wright observa em outro lugar, não somos justificados crendo na justificação pela fé, mas crendo em Jesus Cristo.

Tudo isso soa como Lutero. Ele não afirmou que o evangelho está “inteiramente fora de nós”?

Talvez seja esse o antídoto há muito esperado para o individualismo evangélico e uma cura para o subjetivismo? Claramente o Bispo Wright e outros creem que sim. Em outra parte, o Dr. Wright confessa o grande alívio que sentiu ao descobrir que não somos justificados por crer na justificação pela fé.

Mas isso já sugere que a plausibilidade dessa perspectiva dificilmente condiz com a realidade. Essas palavras parecem descrever uma fuga da imaturidade teológica de um evangelicalismo primitivo. Mas tendo sido educado no mesmo tempo desse tal evangelicalismo, eu questiono seriamente se tal ensino já existiu em alguma forma séria. Isso deveria fazer que reconsiderássemos a aparente plausibilidade do que está sendo dito aqui. No final do dia, isso pode se revelar um truque de magia – por várias razões. O que segue abaixo são três dessas razões.

Primeiro, há uma falsa dicotomia sugerida na noção que o evangelho não é a justificação pela fé, porém a última está “implícita” no evangelho. Mas essa forma de pensamento “isso ou aquilo” expressa a falácia lógica tertium non datur (se não A, então necessariamente B). Dessa forma, o evangelho é Cristo OU é a justificação pela fé.

Isso é abstrair falsamente a justificação de Cristo, o benefício (a implicação do que Jesus fez) do Benfeitor (a pessoa de Jesus, que realizou a sua obra). Mas como observa Paulo, Cristo mesmo foi feito justiça por nós (1Co 1.30). A justificação não pode ser separada de Cristo como se fosse uma “coisa” à parte ou adicionada a ele. Cristo mesmo é a nossa justificação. Não temos justificação sem Cristo! Nem podemos ter Cristo sem a justificação! Diante dessa verdade, não podemos dizer que Cristo, e não a justificação pela fé, é o evangelho.

Segundo e talvez mais surpreendente, dado o comentário extenso de N. T. Wright sobre Romanos, o próprio Paulo nos fornece o que ele chama “meu evangelho” (Rm 2.16). Mas esse evangelho é poder salvador (1.16-17) – dessa forma, “ser salvo” é parte do evangelho. Além disso, não somente Romanos 1 a 3 está incluso, mas também Romanos capítulos 4 a 16. Mais incisivamente, Romanos 12 a 16 está incluído. Em linguagem técnica, não apenas o kerygma (a proclamação de Cristo e da sua obra) está inclusa, mas também o didache (a aplicação dessa obra em e à vida do crente e da comunidade).

Logo cedo Paulo acreditava que a distorção e falsificação do evangelho que estava acontecendo na igreja gálata envolvia a aplicação da redenção. A justificação pela graça somente, em Cristo somente, por meio da fé somente, é parte do Evangelho assim como Cristo tornando-se maldição por nós na cruz (Gl 3.13).

Finalmente, a menos que estejamos familiarizados com o contexto das palavras de Wright citadas acima, podemos não notar mais um truque de magia ocorrendo.
Na declaração “quando o evangelho é proclamado, as pessoas chegam à fé e são consideradas por Deus como membros do seu povo”, a própria “justificação” está sendo radicalmente redefinida. Aqui ela não mais significa “ser considerado justo aos olhos de Deus, embora um pecador culpado em si mesmo”. Ela significa “ser considerado como membro do seu povo”. A justificação não pertence mais à definição do evangelho como tal, a perdão e aceitação, mas refere-se à membresia na comunidade do pacto.

Mas isso enfrenta problemas insuperáveis. Trata-se de um entendimento excêntrico dos termos gregos utilizados por Paulo. Fosse “justificação” a antítese de “alienação”, o argumento poderia ser mais plausível. Mas “justificação” é a antítese de “condenação”. Sua ênfase primária tem a ver com transgressão, culpa e castigo – está ligada à santidade de Deus expressa em normas legais, não primariamente a um relacionamento com a comunidade.

A membresia, portanto, é uma implicação da justificação; ela não é o que significa justificação. Esse é o porquê a confissão do evangelho que “Jesus é Senhor” (1Co 12.3) nunca deve ser entendida à parte da interpretação dela fornecida em 1 Coríntios 15.1-3 – que “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras”. Isso Paulo chama especificamente de o evangelho. Ele trata em primeiro lugar com o nosso pecado, poluição e culpa como as razões para exclusão da presença de Deus. Sim, justificação é uma linguagem relacional. Mas não é uma linguagem menos forense por essa razão – visto que ela lida com nosso relacionamento com o santo Senhor e Legislador!

É correto preocupar-se que a objetividade do evangelho jamais deveria ser engolida pela subjetividade, ou a comunidade da igreja destruída pela individualidade. Mas o entendimento do evangelho e da justificação em Lutero e Calvino, em Heidelberg e Westminster, fornece todas as salvaguardas necessárias. O vinho velho é melhor. Ele satisfaz tanto os requerimentos do ensino bíblico como a fome mais profunda do coração humano despertado.

Fonte: http://www.ligonier.org/

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto (5 de fevereiro de 2011)

http://monergismo.com/?p=2791

Paul Washer - Pare de Adorar e Idolatrar Pregadores Celebridades

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ORDENAÇÃO E TRADIÇÃO HUMANA



por Vincent Cheung

Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você mediante a imposição das minhas mãos. (2 Timóteo 1.6)

Timóteo recebeu “o dom de Deus” quando Paulo impôs suas mãos sobre ele. Isso refere-se ao mesmo incidente mencionado em 1 Timóteo 4.14, onde é dito que um corpo de presbíteros impôs as mãos sobre Timóteo (em cujo caso Paulo teria sido um dos presbíteros), ou a um evento separado no qual apenas Paulo impôs as mãos sobre ele. Não existe nenhuma evidência bíblica para sugerir que a imposição de mãos, mesmo quando dons espirituais são conferidos, está reservada para a ordenação formal praticada hoje. Todavia, certo teólogo iguala o que Paulo descreve aqui com a ordenação formal de nossas denominações. Então, ele observa que a ordenação não é um reconhecimento de dons já presentes, mas uma concessão de dons não possuídos anteriormente. E, adiciona, esse dom é a autoridade para pregar.

Todos os três pontos são errados ou enganosos.

Primeiro, há evidência bíblica insuficiente para estabelecer a teoria de ordenação afirmada pelas denominações hoje. De fato, há evidência bíblica insuficiente para estabelecer as próprias denominações formais. Havia ordem na igreja, crentes trabalhando juntos em acordo, e conferências de presbíteros para discutir questões doutrinárias, mas tudo isso não se traduz numa instituição elaborada governada por concílios regionais e nacionais. Se um grupo de crentes decide se unir dessa maneira para fornecer apoio e prestação de contas mútuas como uma questão de vantagem e conveniência prática, não me oponho a isso. Contudo, seria errado eles desprezarem, criticarem ou de alguma forma pensar menos de cristãos que agem de acordo com os princípios bíblicos, mas diferem deles em detalhes não definidos ou restringidos por princípios bíblicos. Os princípios bíblicos para o governo da igreja são ricos, claros e inflexíveis, mas permitem muita liberdade nos detalhes, e simplesmente não requerem uma estrutura denominacional, ou muitas das teorias e práticas assumidas hoje. Se você impõe seus próprios princípios de governo eclesiástico sobre outros quando a Escritura não ensina ou os requer, então você está seguindo o exemplo dos fariseus, no fato de você alegar proteger a ordem prescrita da igreja, quando está na verdade protegendo tradições inventadas por homens.

Segundo, é enganoso dizer que a ordenação não é um reconhecimento de dons já presentes, mas uma concessão de dons não possuídos anteriormente. Essa é uma inferência muito ampla a partir de um versículo limitado e específico. De acordo com a Bíblia, Deus concede dons espirituais de diferentes formas. Algumas vezes eles são dados diretamente, sem nenhuma agência humana. Outras vezes são dados em resposta à oração. Por exemplo, Paulo diz que a pessoa que fala em línguas deve orar para que possa interpretá-las. Então, algumas vezes eles são dados por meio de agentes humanos, como quando os presbíteros e Paulo impuseram suas mãos sobre Timóteo. O que chamamos ordenação é um reconhecimento público do chamado. O chamado já existe, quer a igreja o reconheça ou não. Os dons espirituais sempre seguem o chamado. Eles apoiam o chamado da pessoa, e o capacitam a cumpri-lo. Mas os dons nem sempre são concedidos através da ordenação, nem o reconhecimento do chamado pela igreja é sempre necessário. E se Deus chama alguém para repreender a igreja ou se opor a uma denominação? Quem o ordenou então? Ou isso nunca acontece? Qual é a evidência bíblica que torna nossas denominações e seu reconhecimento formal algo necessário? Não existe nenhum princípio rígido de ordenação na Bíblia. Isso é uma questão de ordem eclesiástica. Algumas vezes Deus a usa, outras não. Deus ainda é Deus. Quer a política da nossa igreja permita Deus ser Deus ou não, ele ainda pode fazer o que quiser.

Teólogos frequentemente afirmam doutrinas que restringem as práticas corretas àquelas já afirmadas por suas denominações. Eles começam a partir da Bíblia, então adicionam suas tradições a ela, e o resultado são as políticas denominacionais, que eles afirmam ser a pura doutrina escriturística e criticam aqueles que discordam. Mas o ensino da Bíblia deixa espaço para a soberania de Deus, muita variedade, e a liberdade para adaptar. Os cristãos poderiam aceitar a ordem eclesiástica prescrita por suas tradições como uma questão de conveniência prática, mas uma vez que se torna mais que isso – uma vez que se torna uma doutrina formal que define o certo e o errado – eles deveriam se rebelar contra ela. Que ninguém te roube da liberdade que Cristo comprou para você. Ai da denominação cuja rebelião contra o evangelho está na ordem e política da igreja.

Terceiro, quanto à autoridade para pregar, isso pelo menos precisa ser esclarecido. A Bíblia ensina que todos os cristãos são sacerdotes em Cristo (Apocalipse 1.6). E visto que todos somos sacerdotes, a implicação irresistível é que todos os cristãos podem pregar e administrar a ceia e o batismo. A coisa curiosa é que nem todas as igrejas e denominações que admitem o primeiro (que todos os crentes são sacerdotes) irão ao mesmo tempo reconhecer o último (que todos podem pregar e administrar as ordenanças sagradas). Isso acontece porque as pessoas nessas igrejas e denominações são hipócritas. Eles dizem o que dizem para distingui-los dos católicos, mas então praticam a mesma coisa em suas congregações. O Novo Testamento de fato ensina que deve haver líderes dentro das congregações, e como uma questão de ordem eclesiástica, eles são geralmente aqueles que pregam e administram a ceia e o batismo. Isso é para manter a excelência na atividade da igreja e para impedir o caos e a confusão. Contudo, outros cristãos não estão impedidos dessas coisas como uma questão de doutrina e princípio.

Deus é maior que nossas tradições e nossas denominações. Muitíssimas pessoas dizem que creem nisso, mas negam em suas doutrinas e práticas. Se Deus quer ordenar a alguém, ele na verdade não precisa de nenhuma aprovação ou reconhecimento humano. Ele frequentemente arranja o reconhecimento humano para manter a boa ordem, mas nada na Escritura indica que isso deva acontecer ou que deva acontecer de determinada forma. Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. Não devemos permitir algo em nossa política eclesiástica que pareça negar isso.

Se Deus quer entregar suas palavras ou suas bênçãos por meio de homens, isso é direito seu. Mas se Deus deseja entregar essas diretamente, não cabe à igreja proibi-lo. A igreja é uma comunidade de pessoas individualmente redimidas e chamadas por Deus. Ele arranja pessoas para crerem no evangelho pelo ministério de agentes humanos, tal como a pregação de um pastor ou membro de uma igreja particular. Ele faz isso por inúmeras razões, tais como a ordem estabelecida, a comunidade e os relacionamentos entre os homens, e para exercitar e recompensar aqueles que pregam. Mas Deus não precisa de agentes humanos mesmo quando diz respeito à pregação do evangelho, e não devemos ressentir ou rejeitar alguém se ele recebe algo da parte de Deus sem nossa mediação.

Se você teme que isso levaria ao caos, então isso mostra que você adotou grandemente a mentalidade dos fariseus e católicos. Essa é a mentalidade que pensa que precisamos usar tradições humanas para reforçar os preceitos divinos, e isso removendo-se a liberdade que a revelação divina permite, incluindo a liberdade que Deus reserva para si. Se alguém se converte à fé cristã ou possui um ministério à parte do nosso controle, sua fé e ministério ainda estão sujeitos à palavra de Deus, e podem ser testadas pela palavra de Deus. E essa é a única base legítima para testar sua conversão ou chamado ao ministério. Ele não tem nenhuma obrigação de responder ou se submeter a tradições humanas que não prometeu cumprir. E se essas tradições violam a palavra de Deus, ele tem obrigação de romper com elas.

Pode ser verdade que a igreja está em tempos difíceis. Muitas pessoas estão se afastando das congregações locais, e as falsas doutrinas abundam. Contudo, a resposta não é uma teologia de controle por meio de tradições feitas por homens, mas uma teologia de liberdade em Cristo. Que Cristo atraia o povo que ele escolheu e chamou! Quanto aos cristãos, eles são responsáveis perante Cristo, não as tradições humanas. Portanto, desafie-as quando apropriado e necessário. É frequentemente aceitável se submeter a costumes humanos em prol do amor e da ordem, mas não porque seja requerido de você como uma questão de princípio.

Marcos 9 nos diz que um homem estava expulsando demônios em nome de Jesus, mas os discípulos disseram-lhe para parar de fazê-lo por não ser um deles. Jesus respondeu: “Não o impeçam. Ninguém que faça um milagre em meu nome, pode falar mal de mim logo em seguida, pois quem não é contra nós está a nosso favor”. Quem ordenou a essa pessoa? Por mãos de quem Deus conferiu dons espirituais a esse homem? Nem mesmo Jesus na Terra fez isso. Mas Deus no céu o fez, e aparentemente sem qualquer agência ou aprovação humana. Como observa um estudioso do Novo Testamento, o próprio Jesus não teve sanção humana oficial para o seu ministério. As tradições humanas são frequentemente tão perigosas quanto as ameaças à ordem que elas procuram eliminar. E eles frequentemente se afastam da ortodoxia que alegam proteger, ao ponto que até mesmo ordenariam o assassinato do próprio Filho de Deus. Todos os cristãos devem ser livres para servir a Deus, sob as diretrizes estritas, mas algumas vezes amplas, da Palavra de Deus, e não das restrições de tradições humanas.

FonteReflections on Second Timothy Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto, maio/2010
Monergismo

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Caso do cristão Alim é revisto e veredito continua desconhecido

  Alimujiang Yimiti, sua esposa Guli Nuer e um dos filhos

CHINA (16º) - Num grande progresso na campanha de reverter a injustiça feita ao cristão uigur preso Alimujiang Yimiti (também conhecido como Alimjan Yimit ou Alim), a Alta Corte do Povo da Região Autônoma de Xinjiang Uyghur em Urunqi, China, aceitou seu apelo para que seu caso fosse revisto em novembro de 2010.

Em março passado, esta mesma corte manteve após apelo a sentença de quinze anos imposta pela Corte Intermediária do Distrito de Kashgar, em outubro de 2009, ao então agricultor de plantações de frutas pelo suposto vazamento de segredos de estado.

Esta sentença foi anunciada três meses depois do fim do segundo julgamento a portas fechadas que foi realizado para substituir o primeiro realizado um ano antes em 27 de maio de 2008.

Foi durante o primeiro julgamento que o caso foi reenviado para a polícia de Kashgar devido à falta de evidências. Enquanto eles esperaram que época politicamente sensível durante as Olimpíadas de 2008 na China passasse, tentaram construir o caso contra Alimujiang.

As primeiras acusações espúrias contra ele de incitar o separatismo étnico e propagar ilegalmente sua fé cristã foram abandonadas, enquanto durante todo o tempo Alim padecia em uma prisão pré-julgamento completamente sem contato com sua família.

O apelo

Em 17 de dezembro de 2010, o advogado Li Dunyong da Firma Gongxin de Advocacia de Pequim foi a Urumqi em Xinjiang e se encontrou com Gulinuer (Gülnur), esposa de Alimujiang, para discutir sua viagem para visitar seu marido na prisão.

Os arquivos sobre o caso do cristão estão no idioma uigur, que Li Dunyong não entende. Então, a família de Alimujiang encontrou um advogado uigur para ajudá-la Eles reviram o caso juntos e preparam a apelação para o caso de Alimujiang.

No segundo dia, Li Dunyong, o advogado uigur e a família de Alimujiang foram juntos à Alta Corte do Povo de Xinjiang e falaram com o juiz Kadeer, que está responsável pelo caso de Alimujiang.

No entanto, o juiz advertiu a família a não gastar mais dinheiro com advogados, alegando que seu colegiado havia estudado o caso e já tinha uma decisão, que seria apresentada na semana seguinte. A decisão não foi apresentada.

Tradução: Missão Portas Abertas 

 
http://www.portasabertas.org.br/noticias/noticia.asp?ID=6851

Sob o Poder de Satanás - Thomas Watson (1620-1686)

  
A desgraça resultante do pecado original é dupla:

1.      Particularmente

Por esse primeiro pecado hereditário, perdemos a comunhão com Deus. Adão era íntimo de Deus, seu favorito, porém, o pecado nos colocou fora do âmbito desse favor. Quando perdemos a imagem de Deus, perdemos seu relacionamento conosco. Ao banir Adão do paraíso, Deus, de maneira figurada, mostrou como o pecado nos afasta de seu amor e seu favor.

2.      Absolutamente

Em quatro aspectos: 1. Sob o poder de Satanás; 2. Herdeiros da ira de Deus; 3. Sujeitos a todas as desgraças desta vida; e 4. Abandonados ao inferno e à condenação eterna.

Olhemos agora apenas o primeiro:

Sob o poder de Satanás

A primeira desgraça é que, pela natureza, estamos "sob o poder de Satanás", que é chamado de "o príncipe da potestade do ar" (Ef 2.2). Antes da queda, o homem era um cidadão livre, agora é um escravo; antes, um rei em seu trono, agora, está em grilhões. A quem o homem está escravizado? Àquele que é seu inimigo. Isso tornava pior o cativeiro de Israel. "Sobre eles dominaram os que os odiavam" (SI 106.41). Pelo pecado somos escravizados a Satanás, inimigo da humanidade, que escreve todas as suas leis com sangue. Os pecadores, antes da conversão, estão sob as ordens de Satanás; como o asno está sob o comando do condutor, assim ele conduz todos que labutam pelo mal. Assim que Satanás tenta, eles obedecem. Como o navio está sob o comando do piloto, que o guia pelos caminhos que quiser, assim é o pecador sob o comando de Satanás: e este sempre conduz o navio para o inferno. O maligno dirige todos os poderes e todas as faculdades do pecador.

i. Satanás dirige o entendimento. Ele cega os homens com ignorância e, depois, dirige-os. Como os filisteus arrancaram os olhos de Sansão e, assim, o amarraram, Satanás pode fazer o que quiser com um homem ignorante, uma vez que ele não enxerga o erro em seu caminho, o mal pode guiá-lo a qualquer pecado. Você pode guiar um cego para onde quiser, pois todo o pecado está fundamentado na ignorância.

ii. Satanás dirige a vontade. Embora ele não possa obrigar, pode, pela tentação, atrair. "Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos" (Jo 8.44). Ele toma os corações, e estes, passam a lhe obedecer. "Queimaremos incenso à Rainha dos Céus" (Jr 44.17). Quando o mal instiga um pecador com a tentação, ele irá atropelar e quebrar todas as leis de Deus, de maneira a obedecer Satanás. Onde está, então, o livre-arbítrio, quando Satanás exerce tal poder sobre a vontade? "E quereis satisfazer-lhe os desejos." Não há uma só parte do corpo que não esteja a serviço do mal: a cabeça planeja o pecado, as mãos o executam, os pés correm para executar a tarefa do maligno. Cícero dizia: "A escravidão é odiosa para um espírito nobre". Satanás é o pior tirano. 

A crueldade de um canibal ou de Nero é nada para ele. Outros tiranos governaram sobre o corpo, ele governa sobre a consciência. Outros tiranos mostraram alguma misericórdia para com seus escravos: ainda que trabalhassem nas galés, eles lhes davam carne, davam-lhes horas de descanso. Satanás é um tirano impiedoso: não dá descanso. Quanto pesar Judas suportou. O diabo não lhe deu nenhum descanso até que traísse Cristo e, depois, encharcasse as mãos em seu próprio sangue.

APLICAÇÕES

Primeira aplicação: veja nossa desgraça causada pelo pecado original, escravizados a Satanás. Efésios 2.2 diz que Satanás atua absolutamente nos filhos da desobediência. Que triste praga é para um pecador estar a serviço do mal. Exatamente como um escravo, se os senhores mandam que cave nas minas, quebre pedras nas pedreiras ou puxe os remos, ele tem de obedecer, não ousa recusar. Se o diabo manda que um homem minta ou roube, ele não se recusa e, o que é pior, voluntariamente obedece a esse tirano. Outros escravos são forçados contra sua vontade: "os filhos de Israel gemiam sob a servidão" (Ex 2.23). Os pecadores, porém, estão dispostos a serem escravos, não escolhem a liberdade, mas beijam seus grilhões.

Segunda aplicação: trabalhemos para sair dessa condição deplorável na qual o pecado nos afunda, saindo debaixo do poder de Satanás. Se qualquer um de seus filhos fosse feito escravo, você daria grandes somas de dinheiro para resgatar sua liberdade. Quando, então, suas almas estão escravizadas, não devemos lutar para libertá-las? Promova o evangelho. O evangelho proclama alegria para os cativos. O pecado prende os homens, porém o evangelho os liberta. A pregação de Paulo era "para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus" (At 26.18). 

A estrela do evangelho guia a Cristo e, se tiverem Cristo, então serão livres, embora não da existência do pecado, mas da tirania de Satanás. "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). Vocês desejam ser reis para reinarem no céu e vão deixar que Satanás reine em vocês? Não pensem em ser reis quando morrerem e escravos enquanto viverem. A coroa de glória é dos vencedores, não dos cativos. Então, saia da jurisdição de Satanás, deixe que seus grilhões de pecado sejam eliminados pelo arrependimento.

Fonte: http://www.josemarbessa.com/2011/02/sob-o-poder-de-satanas-thomas-watson.html