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quarta-feira, 25 de abril de 2012

O consolo de Deus na hora do luto


Rev. Hernandes Dias Lopes

De todas as dores da vida, a dor do luto parece ser a mais aguda. É uma dor que lateja na alma e assola nossa vida. Todos nós, num dado momento da vida, teremos que enfrentar essa dor. Não existe nenhuma família que escape desse drama. Não é fácil ser privado do convívio de alguém que amamos. Não é fácil enterrar um ente querido ou um amigo do peito. Não é fácil lidar com o luto. Já passei várias vezes por esse vale de dor e sombras. Já perdi meus pais, três irmãos e sobrinhos. Sofri amargamente. Passei noites sem dormir e madrugas insones. Molhei meu travesseiro e solucei na solidão do meu quarto. A dor do luto dói na alma, aperta o peito, esmaga o coração e arranca lágrimas dos nossos olhos. Jesus chorou no túmulo de Lázaro e os servos de Deus pranteavam seus mortos. Porém, há consolo para os que choram. Aqueles que estão em Cristo têm uma viva esperança, pois sabem que Jesus já venceu a morte. Ele matou a morte e arrancou seu aguilhão.

Agora a morte não tem mais a última palavra. Jesus é a ressurreição e a vida. Aqueles que nele creem nunca morrerão eternamente. Agora, choramos a dor da saudade, mas não o sentimento da perda. Perdemos quem que não sabemos onde está. Quando enterramos nossos mortos, sabemos onde eles estão. Eles estão no céu com Jesus. Para os filhos de Deus, que nasceram de novo, morrer é deixar o corpo e habitar com o Senhor. É partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Os que morrem no Senhor são bem-aventurados!
O fato de termos esperança não significa que deixamos de sofrer. A vida não é indolor. Nossa caminhada neste mundo é marcada por dissabores, decepções, fraquezas, angústias, sofrimento e morte. Aqui cruzamos desertos tórridos, descemos a vales profundos, atravessamos pântanos perigosos. Nossos pés são feridos, nosso coração afligido e nossa alma geme de dor. Não estamos, porém, caminhando rumo a um entardecer cheio de incertezas. O fim da nossa jornada não é um túmulo gelado, mas a bem-aventurança eterna. Entraremos na cidade celestial com vestes alvas e com palmas em nossas mãos. Celebraremos um cântico de vitória e daremos glória pelos séculos sem fim, ao Cordeiro de Deus, que morreu por nós, ressuscitou, retornou ao céu e voltará em glória para buscar sua igreja. Teremos um corpo imortal, incorruptível, poderoso, glorioso e celestial, semelhante ao corpo da glória de Cristo. Deus enxugará dos nossos olhos toda a lágrima. As lembranças do sofrimento ficarão para trás. Na Nova Jerusalém, na Cidade Santa, no Paraíso de Deus, na Casa do Pai, não haverá mais luto nem pranto nem dor. Ali reinaremos com Cristo e desfrutaremos das venturas benditas que ele preparou para nós. Nossa tribulação aqui, por mais severa, será apenas leve e momentânea, se comparada com as glórias por vir a serem reveladas em nós. O nosso choro pode durar uma noite inteira, mas a alegria virá pela manhã!
Três verdades essenciais do Cristianismo formam as colunas de sustentação da nossa viva esperança. A primeira delas é que Jesus ressuscitou dentre os mortos e triunfou sobre a morte. Agora, a morte não tem mais a última palavra. A morte foi tragada pela vitória! A segunda verdade é que Jesus voltou ao céu e enviou o Espírito Santo, o Consolador, para estar para sempre conosco. Não estamos órfãos. Não caminhamos sozinhos pelos vales escuros da vida. O Espírito Santo consolador está em nós e intercede por nós ao Deus que está sobre nós. A terceira verdade é que Jesus vai voltar gloriosamente para buscar sua igreja. Naquele glorioso dia, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e os que estiverem vivos serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor Jesus nos ares, e assim, estaremos para sempre com o Senhor. Essas verdades enchem o nosso peito de doçura e abrem para nós uma eterna fonte de consolação!
Fonte: Boletim 153 (enviado por e-mail)

sábado, 21 de abril de 2012

Precisamos Novamente de Homens de Deus

A. T. Tozzer

A igreja, neste momento, precisa de homens, o tipo certo de homens, homens ousados. Afirma-se que necessitamos de avivamento e de um novo movimento do Espírito; Deus, sabe que precisamos de ambas as coisas. Entretanto, Ele não haverá de avivar ratinhos. Não encherá coelhos com seu Espírito Santo.

A igreja suspira por homens que se consideram sacrificáveis na batalha da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo. Tais homens estarão livres das compulsões que controlam os homens mais fracos. Não serão forçados a fazer as coisas pelo constrangimento das circunstâncias; sua única compulsão virá do íntimo e do alto.
Esse tipo de liberdade é necessária, se queremos ter novamente, em nossos púlpitos, pregadores cheios de poder, ao invés de mascotes. Esses homens livres servirão a Deus e à humanidade através de motivações elevadas demais, para serem compreendidas pelo grande número de religiosos que hoje entram e saem do santuário. Esse homens jamais tomarão decisões motivados pelo medo, não seguirão nenhum caminho impulsionados pelo desejo de agradar, não ministrarão por causa de condições financeiras, jamais realizarão qualquer ato religioso por simples costume; nem permitirão a si mesmos serem influenciados pelo amor à publicidade ou pelo desejo por boa reputação.

Muito do que a igreja faz em nossos dias, ela o faz porque tem medo de não fazê-lo. Associações de pastores atiram-se em projetos motivados apenas pelo temor de não se envolverem em tais projetos.

Sempre que o seu reconhecimento motivado pelo medo (do tipo que observa o que os outros dizem e fazem) os conduz a crer no que o mundo espera que eles façam, eles o farão na próxima segunda-feira pela manhã, com toda a espécie de zelo ostentoso e demonstração de piedade. A influência constrangedora da opinião pública é quem chama esses profetas, não a voz de Jeová.
A verdadeira igreja jamais sondou as expectativas públicas, antes de se atirar em suas iniciativas. Seus líderes ouviram da parte de Deus e avançaram totalmente independentes do apoio popular ou da falta deste apoio. Eles sabiam que era vontade de Deus e o fizeram, e o povo os seguiu (às vezes em triunfo, porém mais freqüentemente com insultos e perseguição pública); e a recompensa de tais líderes foi a satisfação de estarem certos em um mundo errado.

Outra característica do verdadeiro homem de Deus tem sido o amor. O homem livre, que aprendeu a ouvir a voz de Deus e ousou obedecê-la, sentiu o mesmo fardo moral que partiu os corações dos profetas do Antigo Testamento, esmagou a alma de nosso Senhor Jesus Cristo e arrancou abundantes lágrimas dos apóstolos.
O homem livre jamais foi um tirano religioso, nem procurou exercer senhorio sobre a herança pertencente a Deus. O medo e a falta de segurança pessoal têm levado os homens a esmagarem os seus semelhantes debaixo de seus pés. Esse tipo de homem tinha algum interesse a proteger, alguma posição a assegurar; portanto, exigiu submissão de seus seguidores como garantia de sua própria segurança. Mas o homem livre, jamais; ele nada tem a proteger, nenhuma ambição a perseguir, nenhum inimigo a temer. Por esse motivo, ele é alguém completamente descuidado a respeito de seu prestígio entre os homens. Se o seguirem, muito bem; caso não o sigam, ele nada perde que seja querido ao seu coração; mas, quer ele seja aceito, quer seja rejeitado, continuará amando seu povo com sincera devoção. E somente a morte pode silenciar sua terna intercessão por eles.
Sim, se o cristianismo evangélico tem de permanecer vivo, precisa novamente de homens, o tipo certo de homens. Deverá repudiar os fracotes que não ousam falar o que precisa ser externado; precisa buscar, em oração e muita humildade, o surgimento de homens feitos da mesma qualidade dos profetas e dos antigos mártires. Deus ouvirá os clamores de seu povo, assim como Ele ouviu os clamores de Israel no Egito. Haverá de enviar libertação, ao enviar libertadores. É assim que Ele age entre os homens.

E, quando vierem os libertadores... serão homens de Deus, homens de coragem. Terão Deus ao seu lado, porque serão cuidadosos em permanecer ao lado dEle; serão cooperadores com Cristo e instrumentos nas mãos do Espírito Santo...

Fonte: Editora Fiel

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Mel na caveira de um leão morto


Rev. Hernandes Dias Lopes

Sansão foi levantado por Deus num tempo de opressão. Seu nascimento foi um milagre. Foi consagrado a Deus como nazireu desde o ventre. Tornou-se um portento. Sua força era colossal. Era um jovem prodígio, um verdadeiro gigante, homem imbatível. Seu único problema é que não conseguia dominar seus impulsos. Um dia viu uma jovem filisteia e disse a seu pai: “Vi uma mulher em Timna, das filhas dos filisteus; tomai-ma, pois por esposa [...] porque só desta me agrado” (Jz 14.2,3). Seu pai tentou demovê-lo, mas Sansão não o ouviu.

Certa feita, caminhando pelas vinhas de Timna, um leão novo, bramando, saiu ao seu encontro, mas Sansão rasgou esse leão como se rasga um cabrito. Depois de alguns dias passou pelo mesmo local e foi dar uma olhada no corpo do leão morto. Estava ali, na caveira do leão, um enxame de abelhas. Sansão pegou um favo de mel nas mãos e se foi andando e comendo dele (Jz 14.8,9). Sansão era nazireu e não podia tocar em cadáver. Ele quebrou, ali, o primeiro voto de sua consagração a Deus. Ele procurou doçura na podridão. Ele comeu mel da caveira de um leão morto. Muitos ainda hoje buscam prazer no pecado e procuram doçura naquilo que é impuro. Por isso, perdem a unção, a paz e a intimidade com Deus.

A Bíblia diz que um abismo chama outro abismo. Porque Sansão quebrou o primeiro voto do nazireado, abriu a porta para outras quedas. Na festa de casamento, com vergonha de assumir sua posição de nazireu, Sansão fez ali um banquete; porque assim o costumavam fazer os moços (Jz 14.10). Sansão preferiu imitar os moços de sua época a posicionar-se como um ungido de Deus. Além de não tocar em cadáver, um nazireu não podia beber vinho. Mas, Sansão quebrou mais esse voto de consagração por não ter peito para ser diferente e fazer diferença. Daí para frente, sua vida foi de queda em queda. Coabitou com uma prostituta em Gaza (Jz 14.1) e afeiçoou-se a Dalila (Jz 14.4). Essa mulher astuta o seduziu e arrancou dele a confissão acerca da origem de sua força. Um nazireu não podia cortar o cabelo, mas a cabeça de Sansão foi raspada. Esse jovem prodígio perdeu sua força. O Espírito Santo retirou-se dele. Caiu nas mãos dos filisteus. Estes, lhe vazaram os olhos e escarneceram dele num templo pagão.

Sansão brincou com o pecado e o pecado o arruinou. Sansão não escutou conselhos e fez manobras erradas na vida. Sansão fez pouco caso de seus votos de consagração e perdeu o vigor de seu testemunho. Perdeu sua força e sua visão. Perdeu sua dignidade e sua própria vida. Vocacionado para ser o libertador do seu povo, tornou-se cativo. Porque desprezou os princípios de Deus, o nome de Deus foi insultado num templo pagão por sua causa.

A vida de Sansão é um brado de alerta para a nossa geração. Há muitos jovens, que à semelhança de Sansão, não escutam seus pais. Muitos jovens, mesmo sendo consagrados a Deus, filhos da promessa, vivem flertando com o mundo, amando o mundo, sendo amigos do mundo e conformando-se com o mundo, procurando mel na caveira de leão morto. Muitos crentes têm perdido a coragem de ser diferentes. Imitam o mundo em vez de serem luz nas trevas. Fazem suas festas como o costumam fazer aqueles que não conhecem a Deus. Transigem com os absolutos de Deus e entregam-se às aventuras, buscando uma satisfação imediata de seus desejos. Esse caminho, embora cheio de aventuras e prazeres, é um caminho de escuridão, escravidão e morte. O pecado é um embuste. Promete prazer e traz tormento. Promete liberdade e escraviza. Promete vida e mata. O pecado levará você mais longe do que gostaria de ir; reterá você mais tempo do que gostaria de ficar e, custará a você um preço mais do alto do que gostaria de pagar.

Fonte: Boletim nº 152 (recebido por e-mail.

sábado, 7 de abril de 2012

Dupla cidadania


Nelson Bomilcar
Temos, como cristãos, que viver aqui na terra como cidadãos do céu, de maneira digna do Evangelho que abraçamos, cremos e professamos.
Um pastoreio ou ação pastoral ampla, profunda e prática deve contemplar duas realidades que vivemos: a realidade da terra e a do céu, que cremos e aguardamos. Somos cidadãos em nosso país, e igualmente de outra pátria que nos aguarda na volta gloriosa de Jesus Cristo, quando será concluída definitivamente a implantação de seu Reino.
O Deus Eterno que colocou a eternidade dentro dos seres humanos confiou-nos responsabilidades e privilégios nestas duas perspectivas. Fomos criados a fim de vivermos para a sua glória e desfrutarmos de sua presença em todas as dimensões e realidades da vida, humana, espelhando em tudo o que somos e fazemos nossa comunhão com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Isso já é suficiente para a jornada de uma vida toda, onde procuramos dar sentido para o que somos e fazemos deixando ou não marcas, influência e legado.
Aqui está um projeto fascinante para nossa existência: vivermos como seres humanos neste mundo expressando a cultura, os valores e propósitos revelados a nós no ensino e vida de Jesus Cristo, Deus e homem. Enfrentar os desafios da vida humana, com tantas solicitações pessoais, profissionais e comunitárias, no contexto religioso ou não, certamente pede de nós consciência, sabedoria e discernimento – só assim seremos capazes de discernir o que é de fato importante e essencial para nossa existência.
Uma ação pastoral abrangente fará de nós cidadãos mais dignos e maduros com nossa dupla cidadania. Ela fará de nós pessoas mais íntegras e integrais, mais presentes, que interagem de forma mais acertada e não desperdiçam as oportunidades que temos de nos tornarmos mais parecidos com Jesus. Não podemos negar nossa humanidade, com toda sua limitação e finitude. Tampouco podemos fugir de nossa inclinação a fazer aquilo que não agrada a Deus nem traz glória ao seu nome, e que somente nos agrada e dá prazer. Contudo, Deus e o mundo esperam de nós uma vida vivida de forma doadora e responsável – uma existência na qual ações de amor e obras de compaixão sejam a regra.
Temos, como cristãos, que viver aqui na terra como cidadãos do céu, isto é, de maneira digna do Evangelho que abraçamos, cremos e professamos, assim como Paulo recomendou à igreja de Filipos. Os crentes filipenses, embora fossem cidadãos com responsabilidades, privilégios e deveres diante do Império Romano, foram pessoas que se identificaram com Cristo, reconhecendo-o como Senhor e Salvador – e que sofriam por causa do Evangelho e de sua identificação com ele.
Pastores, mais do que outros, precisam ter e construir uma ação pastoral adequada. Eles precisam se esforçar para conhecer, amar e manejar de maneira sábia a Palavra da verdade, trazendo encorajamento, ensino, conteúdo reflexivo e prático que ajude as pessoas que fazem parte do rebanho do Senhor em seus ajuntamentos locais a enfrentarem os desafios do mundo com dignidade e consciência. Que o façam acolhendo, orientando e respondendo com direções seguras diante da simplicidade e complexidade das realidades que vivemos. E que, humildemente, busquem ajuda quando se sentirem sem recursos ou conhecimento, já que não sabemos ou podemos tudo.
Uma pastoral adequada contempla crianças, adolescentes, jovens, casais, descasados, solteiros adultos, famílias e idosos em seus clamores, anseios e desafios. Uma pastoral com um olho na terra e outro no céu faz com que tenhamos cada vez mais vida em abundância e em muitas perspectivas que trarão alegria e realização. Portanto, pastores não devem se acomodar, aprisionando-se somente nas solicitações de agenda eclesiástica interna de suas comunidades ou na mesmice ou superficialidade de suas abordagens. Devem ter mente aberta, capacidade de articulação e diálogo, não fugindo das questões cotidianas e nem espiritualizando a fé e a ação pastoral numa sociedade que clama pela presença e intervenção daqueles que têm experimentado uma nova vida em Jesus.
Precisamos oferecer a este mundo nossa vocação e serviço, a fim de sermos canais de benção e graça de Jesus. Se aqui vivermos como pessoas transformadas pela ação do Espírito e pela presença de Jesus, poderemos ajudar a atender tantos clamores, dores e sofrimentos, trazendo um pouco da realidade e da esperança do céu àqueles que estão em lágrimas e sofrimento. Assim, os sinais de morte desaparecerão pela presença do autor da vida. Na verdade, o céu já começou para aqueles que acolheram em seus corações o Deus eterno e já estão vivendo esta perspectiva de eternidade andando em sua presença.

Fonte: Revista Cristianismo Hoje

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Não Um Dos, E Sim O



Kevin DeYoung

Kevin DeYoung é o pastor da University Reformed Church em East Lasing, MI, EUA. Obteve sua graduação pelo Hope College e seu mestrado pelo Gordon-Conwell Theological Seminary. É autor de diversos livros, preletor em conferências teológicas e pastorais, é cooperador do ministério "The Gospel Coalition" e mantém um Blog na internet "DeYoung, restless and reformed". Kevin é casado com Trisha com quem tem 4 filhos.

Há uma pergunta fundamental que todos nós temos de enfrentar. Por "fundamental", não quero dizer que ela é a única pergunta que temos de responder. O que pretendo dizer é que esta pergunta é tão importante que, se você a entende errado, você entenderá errado a maioria das coisas que são realmente importantes. A pergunta fundamental é aquela famosa pergunta que Jesus fez aos discípulos em Cesareia de Filipe: "Vós, quem dizeis que eu sou?" (Mc 8.29).

Talvez alguns se surpreendam com o fato de que Jesus fez esta pergunta. A pergunta fundamental para Jesus não é "Quem são os seus pais?", ou "Você tem mente aberta?", ou "O que você fará para mim?" A pergunta fundamental diz respeito ao que você crê. Jesus está interessado na fé e começa com doutrina.

Há pouco tempo, enquanto eu andava por um ponte que fica perto de nossa igreja, vi um grafite que dizia: "Eu não preciso de religião. Eu tenho uma consciência". Posso apenas imaginar o que aquele grafiteiro estava tentando dizer, mas penso que ele (ou ela) admite que a religião é apenas um truque para levar as pessoas a se reorientarem e se comportarem melhor. A religião é para ele nada mais do que um código moral para se fazer o bem. E quem precisa de um código religioso, com todos os seus rituais e acessórios institucionais, se tem uma consciência?

No entanto, o grafiteiro entendeu muito mal o cristianismo. A pergunta fundamental para Jesus não é "Você fará o que eu quero que você faça?", e sim "O que você diz que eu sou?" Tudo flui de um entendimento correto sobre Jesus – não somente o que ele ensinou ou o que ele fez, mas quem ele é.

Inicialmente, Jesus perguntou aos discípulos: "Quem dizem os homens que sou eu?" (Mc 8.27). Em outras palavras: "O que vocês estão ouvindo as pessoas dizerem sobre mim? O que elas falam nas ruas?" Os discípulos deram três respostas: "Uns estão convencidos de que tu és João Batista; outros acham que tu és Elias. E existem outros que não têm certeza e pensam que tu és um dos profetas". Isso é impressionante. Aquelas pessoas reconheceram que Jesus era um homem que ensinava o caminho de Deus, um líder que chamava o povo de volta para Deus. Sabiam que Jesus fazia milagres como Elias, falava com autoridade como os profetas e tinha seguidores como João. Nada mau. Chamar Jesus de "um dos profetas", depois de quatro séculos de anos silenciosos, após Malaquias, é uma afirmação impressionante.

No entanto, as multidões estavam muito erradas. Jesus não é um dos; ele é o. Jesus não é um apontador como João Batista, Elias ou um dos profetas. Ele é o ponto. Parece muito nobre chamar Jesus de um profeta, um mestre popular, um realizador de maravilhas, um homem bom, um exemplo brilhante ou uma parte de uma extensa lista de pessoas iluminadas. Contudo, todas essas descrições erram no que diz respeito a quem é Jesus. Em todas elas, você está dizendo que Jesus é um dos (cf. v. 28). E, se você diz que Jesus é apenas um dos e não o, você não o entendeu. Você não percebe quem ele realmente é. Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16).

Talvez você pense que esteja dizendo coisas complementares sobre Jesus, quando o chama de um dos profetas, um grande homem ou um mestre iluminado. Contudo, você não o está realmente complementando. É como dizer que o sol é uma das muitas luzes que usamos para iluminar a casa, que Michael Jordan costumava jogar basquete para os Bulls ou que Barack Obama possui uma casa em Chicago. Essas afirmações são todas verdadeiras. Mas são também falsas porque não dizem o bastante. O sol é a estrela de nosso sistema solar. Michael Jordan é o melhor jogador de basquete de todos os tempos. Barack Obama é o presidente dos Estados Unidos. Se você não diz essas coisas, não está dizendo o que é realmente importante. Por não dizer o que é mais importante e mais singular, você está, na verdade, dizendo algo enganador.

No que diz respeito a identificar Jesus, verdades parciais que ignoram a verdade maior acabam contando uma mentira. É verdade que Jesus é um profeta (Mc 6.4; Dt 18.18). Mas ele não é como João Batista. Jesus não é outro Elias. Ele não é meramente um dos profetas. Jesus é aquele para quem todos os outros profetas apontavam. Por isso, chamar Jesus de profeta e nada mais do que um profeta equivale a não compreender, no nível mais profundo, quem é este homem. Se você descrevesse sua esposa como "uma mulher bonita entre muitas mulheres bonitas no mundo", como "uma pessoa que eu respeito profundamente" ou como "a última numa extensa lista de mulheres que amei", a sua esposa ficaria satisfeita? É claro que não. Você a teria menosprezado com elogios fracos. Você a teria insultado por diminuir sua singularidade e descrevê-la em termos muito aquém do que ela merece.

Portanto, rejeite todas essas descrições ilógicas de que Jesus é como Maomé, como Buda, como Dalai Lama, Ghandi ou a sua avó piedosa. Ele não é como ninguém mais. E, por isso, não fiquemos impressionados quando alguém chama Jesus de um homem bom, uma pessoa iluminada ou um dos profetas. Ele não é um dos, ele é O.

Traduzido por: Francisco Wellington Ferreira
Editor: Tiago Santos

Copyright © Kevin DeYoung 2012
Copyright © Editora Fiel 2012

Traduzido do original em inglês: Not one of, but the One, por Kevin DeYoung, publicado no site: www.thegospelcoalition.com.

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

domingo, 1 de abril de 2012

MENINOS QUE SEJAM HOMENS




Por: Gilson Bifano

Criar filhos do sexo masculino hoje é um desafio muito grande. Se você quer realmente que seu filho seja um homem de verdade, alguns cuidados deve ter.



1. Converse com seu filho e proteja-o na medida do possível do abuso sexual
Está comprovado que um abuso sexual pode acarretar consequências sérias na identidade sexual de uma criança.

A psicóloga Arlete Gavranic orienta: “Explique à criança que o corpo dela precisa ser cuidado por ela e que ela deve ser cuidadosa e desconfiar se alguém tentar tocá-la, inclusive nas partes íntimas, ou ainda pedir-lhe para fazer coisas no seu corpo ou no de outra pessoa, que não seja brincar junto com todo mundo.

“É preciso orientar a criança a se afastar dessa pessoa e procurar a mãe, a irmã mais velha, uma avó ou a professora e contar o que aconteceu. Orientá-la a não ter vergonha de fazer isso e, se preciso for, até gritar ou correr em situações em que se sinta ameaçada.

“Os adultos precisam ser respeitados, mas isso não significa que as crianças tenham de obedecer e fazer tudo que eles mandam. Principalmente se isso envolver tocar, manipular, beijar ou machucar o corpo e se a criança não se sentir bem.”

2. Ressalte a masculinidade de seu filho
Diga a ele que Deus o fez homem. Diga que essa escolha foi de Deus e de mais ninguém. Conte a história de homens da Bíblia que foram fortes, que lutaram e saíram vitoriosos. Quando apresentar seu filho a alguém, diga com prazer: “Este é o meu filho, um homem de Deus para a nossa família”.

3. Faça que seu menino conviva com outros homens que também sejam homens de verdade
John Eldredge escreveu em seu livro: “Um menino se torna um homem somente por meio da intervenção ativa de seu pai e da companhia de outros homens”. Meninos precisam de uma convivência saudável com outros homens, que lhes ensinem o que significa ser um homem de verdade.



4. Mãe, deixe seu filho ser homem
É verdade que homem também chora,  o que contradiz o ditado que afirma o contrário. Expressar emoção e sentimento faz parte da natureza de todo ser humano. Não tem nada a ver com o conceito de que a verdadeira masculinidade  mostra-se impassível e fria. Jesus, o Homem perfeito, chorou e expressou emoções.  E seu filho deve ser educado nesse aspecto. Por que não? Contudo, precisa  também ser confrontado com lições teóricas e práticas acerca da varonilidade, sendo preparado desde cedo para os embates da vida futura. Só assim, será forjado a uma masculinidade sadia.



5 - Leia livros que tratam do assunto
Os melhores são "Educando meninos", de autoria do Dr. James Dobson (Editora Mundo Cristão) e a "A grande aventura masculina", de John Eldredge (Editora Thomas Nelson). Existem outros, mas todos os pais e mães de meninos lessem estes dois livros seriam tremendamente capacitados para esta tarefa.



6 - Ensine-os a andarem como homem, falarem como homem!
Qual é o personagem "bonitinho" hoje nas novelas? É de alguém que é homem, mas fala como mulher, anda como mulher. Nem uma mulher desmunheca tanto! Ensine seu filho a falar, andar, se comportar como um homem de verdade.



7. Ore

Ore para que seu filho seja orientado por Deus e que não seja influenciado por pessoas, movimentos, escolas e governos que tentam ensinar coisas diferentes do que é ser homem.

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