Rev. Hernandes Dias Lopes
O livro dos Salmos é uma coletânea de cânticos, orações e lamentos do povo de
Deus, escrito por vários autores, desde os dias de Davi até o período
pós-cativeiro babilônico. Há mais de cem citações do livro de Salmos no Novo
Testamento. Isso prova sua relevância na história da redenção. Esse livro tem
sido uma fonte de consolo para a igreja de Deus ao longo dos séculos até aos
dias atuais.
O Salmo 1 é a porta de entrada deste, que é o maior livro
da Bíblia. Destacaremos, aqui, três lições importantes deste Salmo.
Em
primeiro lugar, um contraste profundo é apresentado. O autor sagrado faz um
profundo contraste entre o ímpio e o justo. Enquanto o ímpio é como uma palha
que o vento dispersa, o justo é como uma árvore plantada junto à fonte. Enquanto
o ímpio está seco espiritualmente, o justo tem verdor mesmo nos tempos de
sequidão. Enquanto o ímpio não tem frutos que agradam a Deus, o justo produz
frutos na estação certa. Enquanto o ímpio não tem estabilidade e é jogado de um
lado para o outro pelo vendaval, o justo tem suas raízes firmadas no solo da
fidelidade de Deus. Enquanto o ímpio tem suas obras reprovadas por Deus, o justo
tem sucesso em tudo quanto faz. Enquanto o ímpio busca a roda dos
escarnecedores, o justo se deleita na lei do Senhor. Enquanto o ímpio não terá
assento na assembleia do santos nem prevalecerá no juízo, o justo será conduzido
por Deus na história e recebido na glória. Enquanto o caminho do ímpio perecerá,
o caminho do justo é conhecido por Deus. É tempo de você refletir sobre sua
vida. Quem é você? Onde está o seu prazer? Onde está o seu tesouro? Em qual
dessas duas molduras você pode colocar sua fotografia? Lembre-se: o ímpio pode
parecer feliz, mas seu fim é trágico. Mas, o justo, mesmo passando por provas na
vida, é bem-aventurado.
Em segundo lugar, um caminho de felicidade é
descortinado. A felicidade existe e pode ser experimentada. É legítima e
compatível com a fé cristã. Essa iguaria especial da alma não se encontra no
conselho dos ímpios, daqueles que se esquecem de Deus. Esse tesouro tão cobiçado
não é encontrado no caminho largo dos pecadores nem mesmo na mesa, onde os
escarnecedores rasgam a cara em ruidosas gargalhas prenhes de escárnio. Onde
está a felicidade? Você é feliz em primeiro lugar, por aquilo que evita. Você
sorve o néctar da felicidade quando tapa os ouvidos ao conselho dos ímpios,
quando afasta seus pés do caminho dos pecadores e quando não busca um lugar
junto à mesa na roda dos escarnecedores. Em segundo lugar, você é feliz por
aquilo que você faz. Uma pessoa feliz nutre sua alma com os jorros benditos que
emanam da lei de Deus. A felicidade está em alimentar a mente com a verdade de
Deus e ser governado por essa verdade. Em terceiro lugar, você é feliz por quem
você é. Uma pessoa feliz é como uma árvore frondosa, de folhas viçosas e frutos
excelentes, que mesmo na adversidade, não perde sua beleza nem escasseia seus
frutos. Uma pessoa feliz tem sucesso constante, uma vez que tudo quanto faz será
bem sucedido.
Em terceiro lugar, um juízo inevitável é anunciado. Os
ímpios são aqueles que não levam Deus em conta. Esses não têm segurança diante
das tempestades da vida e serão levados como a palha que o vento dispersa. Os
pecadores são aqueles que deliberada e conscientemente andam na contramão da
vontade de Deus e transgridem a lei de Deus. Esses, mesmo sendo religiosos e
tendo seu nome no rol de membros de uma igreja não permanecerão na congregação
dos justos. Os perversos são aqueles que, além de rejeitarem a verdade,
escarnecem de Deus e zombam da fé cristã. Esses podem prevalecer no juízo dos
homens, subornando os tribunais e amordaçando a justiça, mas jamais prevalecerão
no juízo de Deus. Ímpios, pecadores e perversos podem vender uma imagem
glamorosa do pecado e podem passar a imagem de que estão sorvendo todas as taças
da felicidade, mas sua alegria é ilusória, sua vida é vazia e sua condenação no
juízo é certa. É preciso abrir os ouvidos da alma para escutar a retumbante voz
do salmista, quando conclui, dizendo: “Pois o Senhor conhece o caminho dos
justos, mas o caminho dos ímpios perecerá”.
Fonte: boletim n° 149 (recebido por e-mail)
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