Pr. Wagner Antonio de Araújo
José era um jovem muito promissor. Convertera-se a
Cristo e vivia o júbilo do primeiro amor. Ele não tinha família cristã e fizera
dos irmãos da igreja a sua própria família.
Ávido por compartilhar a Palavra de Deus, digitou no
seu facebook um folheto evangelístico que recebera. Mandou para todos os seus
contatos. Qual não foi a sua surpresa quando recebeu do facebook o seguinte
aviso:
"Seu texto está ferindo as nossas normas. Ele
tem direitos autorais. Delete-o ou seremos forçados a fechar a sua conta".
José ficou perplexo. "Como DIREITOS AUTORAIS? A mensagem de Cristo não é
DE CRISTO? Vou falar com o pastor". E ligou para seu pastor, autor do
folheto. Este lhe disse: "Infelizmente o meu texto é propriedade da
editora e eu nada posso fazer. Sinto muito".
Carlos não entendia como era possível proibir a
distribuição de um folheto feito para ser distribuído. Para ele era um
contrassenso. Mas, enfim, seguiu em frente.
Ele ouviu um louvor tão bonito na igreja que decidiu
gravar no culto e divulgar no seu youtube. Não tardou e o youtube lhe
comunicou:
"Seu vídeo tem conteúdo de terceiros. O
proprietário não autoriza a sua divulgação. Sua conta será bloqueada.".
Ah, agora era demais. O cântico era um culto, não era material para a venda. O
cantor era tão espiritual! Decidiu escrever para o cantor. Este lhe respondeu:
"Fale com o meu empresário; pagando uma quantia você poderá divulgar seu videozinho".
José ficou perplexo! Decidiu tirar e divulgar um hino do hinário da igreja, só
a letra. Logo o BLOGGER enviou-lhe outra mensagem, dizendo que os direitos
autorais eram de uma empresa americana e que não poderia usá-la.
Ainda esperançoso em usar sua mídia para
evangelizar, gravou o seu pastor pregando e colocou-o no VIMEO. Recebeu um
telefonema da secretária da igreja: "José, a empresa que administra o site
da igreja não permite imagens do pastor no templo sem a autorização deles, e há
uma taxa de 100 reais por vídeos extras. Assim, você quer que nós enviemos a
você um boleto?" José ficou perplexo!
Como última tentativa, digitou em seu facebook um
texto bíblico. A editora de bíblias escreveu-lhe: "proibido o uso de nossa
tradução sem a devida permissão".
Carlos então entendeu. O evangelho é de graça, mas
os atravessadores criaram taxas. É a nova geração de publicanos que tomou conta
do mundo cristão.
Aleluia! "Não use essa palavra porque faz parte
das santas palavras de propriedade exclusiva da nossa denominação".
SENHOR JESUS - "Uso proibido dessa expressão
por ser de direito privado; seu uso pode acarretar as penas previstas no código
de defesa do consumidor"...
MISERICÓRDIA, SENHOR! "Detectamos o uso de uma
expressão restrita aos cultos de consagração e não autorizamos a sua inclusão
em seus textos"...
José, enfim, abandonou a igreja e foi viver sozinho,
pois até a oração tinha que ter a autorização de alguém...
.............
É claro, leitor. Isso é uma ficção. Mas não estamos
distantes disto. Há algum tempo postei hinos do hinário de minha denominação e
fui obrigado a desmontá-lo, pois "não podiam ser divulgados" - Claro,
um hinário é feito para NÃO SER CANTADO...
Caminhamos para um tempo em que voltaremos ao velho
sistema pessoal: porta a porta, pessoa a pessoa, cartinhas pessoais e
telefonemas. E ainda com muito cuidado, pois bem pode ser que os correios e a
telefônica estejam com contratos de direitos autorais; assim, se for detectado
o nome JESUS ou FÉ eles taxarão o seu uso.
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba,
São Paulo, Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário