Ótimos títulos

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

TRISTE SURPRESA...


Pr. Wagner Antonio de Araújo
  
Carlos era o típico crente "meia boca" (regular): ia à igreja, cantava, às vezes orava em público, entregava algum dízimo. Levava uma vida despreocupada, cônscio de que não era isso que o Senhor queria dele.

Sua quarta-feira à noite era ocupada pela faculdade. Mas nas férias ele não priorizava ir à igreja. "Tenho direito ao descanso", falava. Sua mãe dizia: "Filho, você precisa colocar o Reino de Deus em primeiro lugar!" Não adiantavam os conselhos da mãe. A Bíblia ele usava bastante, mas na igreja. Sabia achar as referências e acompanhava o sermão. Mas que não se esperasse dele um tempo de leitura bíblica em particular. Ele não tinha tempo. Trabalhava, estudava, namorava, estava muito cansado.

Um dia surgiu-lhe uma pequena dor no lado direito da garganta. Ele pensava que era algum nervo, algum tendão, algum mal jeito. A dor persistia e ele incomodou-se com aquilo. Tomava analgésicos e minimizava o desconforto. Mas assim que o efeito passava a dor voltava. Não deu pra fugir: teve que ir ao médico. Este, examinando-o externa e internamente, ficou temeroso. Escreveu algumas coisas no papel, pesquisou no computador e criou um clima de expectativa. "É sério, doutor?" "Carlos, lamento dizer mas terá que fazer uma biópsia. Eu não estou gostando do que vi".

Carlos desesperou-se. Tão jovem, nem 30 anos de vida e já com câncer? E a biópsia? Deve ser horrível e dolorosa! Falou com os pais, que ficaram muito preocupados. Marcou o exame e foi fazê-lo. Estava desesperado. Deram-lhe anestesia local e, assim que voltou a si, foi dispensado, devendo aguardar o resultado para a semana próxima.

"Meu Deus", orou Carlos, "tenha misericórdia de mim!". Ele orou com vigor e com desespero.

Na semana seguinte passou no laboratório, pegou o exame e levou ao médico. Este, ao abrir, fez cara de desolação. Carlos arrepiou-se. "É grave, doutor?" "Sim, Carlos. Você está com câncer. Vamos torcer para não ter metástase. Tire uma semana de férias e venha na próxima semana para iniciar exames e quimioterapia.".

O mundo caíra para Carlos. O que fazer agora? Para ele isso só acontecia para as outras pessoas, não na sua própria vida. De repente tudo muda e agora ele está em prantos. Tantos planos, tantos sonhos, tanta energia, tudo em vão!

Carlos pensou: "Hoje é terça-feira e tem reunião das senhoras. Eu irei. Vou pedir para que orem por mim". E foi mesmo. Sua mãe estava lá e estranhou o filho. Ele nunca fora num dia de semana. Mas participou e pediu em lágrimas as orações. No dia seguinte ele pensou: "hoje tem culto de oração; não posso perder. Vou buscar ao Senhor!" Ao chegar à igreja o pastor alegrou-se, mas logo tornou-se apreensivo, pois o caso de Carlos parecia muiito grave. Oraram por ele. No fim do culto Carlos foi para casa, trancou-se no quarto e decidiu ler a sua bíblia. Leu com vontade, com força, com vigor. Leu João inteirinho. Saboreou cada versículo. Havia momentos em que esquecia a enfermidade; de repente, como se a dor lhe sussurrasse, ele se lembrava do câncer e o suor gelado lhe invadia. Ele se ajoelhava e clamava, pedindo por misericórdia.

Na quinta-feira, depois do trabalho, soube que um grupo de evangelismo estaria reunido num lar. Ele foi também. E após o encontro decidiu novamente ler a sua bíblia. Desta vez leu 4 epístolas de Paulo. Como eram maravilhosas! "Pena que já é tarde demais...", pensava ele.

E assim passou-se a semana. Quando ele se lembrava dos exames e da quimioterapia sentia o mundo cair, sentia a morte bem de perto e pensava: "Por que não busquei a Deus como deveria? Senhor, tenha piedade de mim!"

Na segunda-feira às oito da manhã Carlos já estava na recepção do hospital. Pegou a senha e aguardou a sua vez. Ao ser chamado foi apresentar-se ao médico. Este, ao vê-lo, abraçou-o e perguntou como estava. Carlos disse que estava desesperado. O médico então lhe falou: "Carlos, nem sei como dizer isso a você. Mas tivemos um sério problema no HD do computador do laboratório. Eles inverteram os resultados e confundiram os nomes. O seu resultado não era aquele. O seu está aqui nas minhas mãos. Você não tem câncer; só está com uma irritação fácil de tratar. Gostaria que nos desculpasse..."

Carlos começou a chorar copiosamente. O próprio médico emocionou-se com ele. De tanto chorar ele ajoelhou-se e orou: "Senhor, muito obrigado! Aprendi a lição! Obrigado pela chance de recomeçar do jeito certo! Ajuda a pessoa que está com o câncer registrado na ficha que estava comigo, para que também confie em Ti. Em nome de Jesus, amém!"

Carlos estava feliz! Ligou pros pais, pra namorada e para os amigos. Todos ficaram felizes por ele! Marcaram uma comemoração na pizzaria próxima da igreja. Foram lá e celebraram. Quando chegou em casa, cansado, feliz, olhou para a Bíblia e pensou: "ah, bíblia, agora você pode esperar; tenho muuito tempo para você; a oração também poderá esperar; já não estou em apuros como antes". E foi ao banho. Enquanto tomava banho, o Espírito Santo trouxe-lhe à lembrança de forma dura e bombástica a mão gigante que escrevia na parede, nos dias do profeta Daniel:"tequel: Pesado foste na balança, e foste achado em falta." (Dn 5:27). Em seguida lembrou-se da frase do Senhor ao homem curado no tanque de Betesda: "Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior." (Jo 5:14). E para terminar o Espírito Santo o fez recordar da ameaçadora realidade: "Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo." (Hb 10:31). Carlos percebeu que o que pensara era idéia de Satanás, visando esfriar-lhe novamente a fé pelo aparente fim das dificuldades. O inimigo queria separar-lhe da comunhão, levando-o a buscar a Deus por puro interesse, buscando apenas bênçãos, uma troca de favores. Se aflito ou com problemas, Deus é o socorro eficaz; mas finda a tempestade, Deus volta para a prateleira de remédios e ao lugar medíocre e esquecido da ingrata alma humana...

Após o banho ficou no seu quarto, de joelhos, buscando a presença de Deus e fez com Ele um propósito: "Senhor, sou um pecador. MAIS PERTO QUERO ESTAR DE TI, INDA QUE SEJA A DOR QUE ME UNA A TI". Dê-me a graça de Te servir com tanto vigor agora quanto te servi quando pensei que estava para morrer. Que eu não precise de apuros para cumprir o meu compromisso de colocar-Te em primeiro lugar de minha vida. Que eu não seja ingrato para com a Tua graça demonstrada em meu favor, primeiro em me salvar, e agora em me curar e tirar o desespero. Que eu Te seja grato. Em nome de Jesus. Amém".

Carlos venceu. Não sem dificultades, pois as tentações foram muitas. Muitas vezes as diversões, os prazeres, as banalidades e frivolidades lhe seduziam momentaneamente. Mas ouvia sempre os alertas do Espírito Santo em forma de lembranças da Palavra, ou de admoestações dos irmãos em Cristo e dos pais amorosos e corria novamentel para uma vida de consagração ao Senhor.

Que o exemplo desse jovem sirva e estímulo a todos os leitores que também andam às raias dos conflitos entre colocar Deus e o Seu Reino em primeiro lugar ou os desejos pessoais do coração.

O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia. (Pv 28:13)

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba, SP

DIREITOS AUTORAIS


Pr. Wagner Antonio de Araújo

José era um jovem muito promissor. Convertera-se a Cristo e vivia o júbilo do primeiro amor. Ele não tinha família cristã e fizera dos irmãos da igreja a sua própria família.

Ávido por compartilhar a Palavra de Deus, digitou no seu facebook um folheto evangelístico que recebera. Mandou para todos os seus contatos. Qual não foi a sua surpresa quando recebeu do facebook o seguinte aviso:

"Seu texto está ferindo as nossas normas. Ele tem direitos autorais. Delete-o ou seremos forçados a fechar a sua conta". José ficou perplexo. "Como DIREITOS AUTORAIS? A mensagem de Cristo não é DE CRISTO? Vou falar com o pastor". E ligou para seu pastor, autor do folheto. Este lhe disse: "Infelizmente o meu texto é propriedade da editora e eu nada posso fazer. Sinto muito".

Carlos não entendia como era possível proibir a distribuição de um folheto feito para ser distribuído. Para ele era um contrassenso. Mas, enfim, seguiu em frente.

Ele ouviu um louvor tão bonito na igreja que decidiu gravar no culto e divulgar no seu youtube. Não tardou e o youtube lhe comunicou:

"Seu vídeo tem conteúdo de terceiros. O proprietário não autoriza a sua divulgação. Sua conta será bloqueada.". Ah, agora era demais. O cântico era um culto, não era material para a venda. O cantor era tão espiritual! Decidiu escrever para o cantor. Este lhe respondeu: "Fale com o meu empresário; pagando uma quantia você poderá divulgar seu videozinho". José ficou perplexo! Decidiu tirar e divulgar um hino do hinário da igreja, só a letra. Logo o BLOGGER enviou-lhe outra mensagem, dizendo que os direitos autorais eram de uma empresa americana e que não poderia usá-la.

Ainda esperançoso em usar sua mídia para evangelizar, gravou o seu pastor pregando e colocou-o no VIMEO. Recebeu um telefonema da secretária da igreja: "José, a empresa que administra o site da igreja não permite imagens do pastor no templo sem a autorização deles, e há uma taxa de 100 reais por vídeos extras. Assim, você quer que nós enviemos a você um boleto?" José ficou perplexo!

Como última tentativa, digitou em seu facebook um texto bíblico. A editora de bíblias escreveu-lhe: "proibido o uso de nossa tradução sem a devida permissão".

Carlos então entendeu. O evangelho é de graça, mas os atravessadores criaram taxas. É a nova geração de publicanos que tomou conta do mundo cristão.

Aleluia! "Não use essa palavra porque faz parte das santas palavras de propriedade exclusiva da nossa denominação".

SENHOR JESUS - "Uso proibido dessa expressão por ser de direito privado; seu uso pode acarretar as penas previstas no código de defesa do consumidor"...

MISERICÓRDIA, SENHOR! "Detectamos o uso de uma expressão restrita aos cultos de consagração e não autorizamos a sua inclusão em seus textos"...

José, enfim, abandonou a igreja e foi viver sozinho, pois até a oração tinha que ter a autorização de alguém...

.............

É claro, leitor. Isso é uma ficção. Mas não estamos distantes disto. Há algum tempo postei hinos do hinário de minha denominação e fui obrigado a desmontá-lo, pois "não podiam ser divulgados" - Claro, um hinário é feito para NÃO SER CANTADO...

Caminhamos para um tempo em que voltaremos ao velho sistema pessoal: porta a porta, pessoa a pessoa, cartinhas pessoais e telefonemas. E ainda com muito cuidado, pois bem pode ser que os correios e a telefônica estejam com contratos de direitos autorais; assim, se for detectado o nome JESUS ou FÉ eles taxarão o seu uso.

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba, São Paulo, Brasil

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Os Frutos da Obediência


A. W. Tozer

Obedecer no Novo Testamento significa dar atenção sincera à Palavra, submeter-se à sua autoridade e apregoar as suas instruções.

A obediência neste sentido está quase morta na cristandade moderna. Pode ser ensinada de vez em quando de uma forma débil, mas não é suficientemente enfatizada para dar a ela poder sobre a vida dos ouvintes. Pois, para se tornar efetiva, uma doutrina não deve apenas ser recebida e mantida pela Igreja, mas deve ter por trás dela tal pressão de convicção moral que a ênfase cairá como um golpe, acendendo a energia interior.

A Igreja dos nossos dias suavizou a doutrina da obediência, negligenciando-a completamente ou mencionando-a somente apologeticamente e sem urgência. Isso resulta de uma confusão fundamental entre obediência e obras. Para evitar o erro da salvação pelas obras caímos no erro oposto da salvação sem obediência. Em nossa ânsia de nos livrar da doutrina legalista das obras nos libertamos da obediência também.

A Bíblia não sabe nada sobre a salvação à parte da obediência. Paulo declarou que foi enviado para pregar “a obediência da fé entre todas as gentes” (Rm. 1:15). Ele lembrou os cristãos romanos de que tinham sido libertados do pecado porque tinham “obedecido de coraçãoà forma de doutrina a que foram entregues” (Rm 6:17). No Novo Testamento não há nenhuma contradição entre fé e obediência, entre a fé e as obras da lei, entre lei e graça e entre fé e obediência. A Bíblia não reconhece a fé que não leva à obediência, nem reconhece qualquer obediência que não brote da fé. As duas são lados opostos da mesma moeda. Portanto, a fé e a obediência estão para sempre unidas, e cada uma é sem valor quando separada uma da outra. O problema com muito de nós hoje é que estamos tentando crer sem a intenção de obedecer.

A mensagem da Cruz contém dois elementos. 1) Promessas e declarações a serem cridas e, 2) mandamentos a serem obedecidos. Obviamente, a fé é necessária em primeiro lugar e a obediência em segundo. A única coisa que podemos fazer com uma promessa ou a afirmação de um fato é crer nele. É impossível obedecê-lo, pois não está direcionado à vontade, mas à compreensão. É igualmente impossível crer num mandamento por não estar dirigido à nossa compreensão, mas à nossa vontade. A verdade é que podemos ter fé em sua justiça, podemos ter confiança de que ele é um mandamento bom e justo, mas isso não é suficiente. Até que tenhamos obedecido ou tenhamos recusado a obedecer não fizemos nada a respeito dele. Esforçar-se para exercer fé em relação àquilo que está dirigido à nossa obediência é nos enroscar num labirinto de impossibilidades.

A doutrina de Cristo crucificado e a riqueza das verdades que gira em torno dela tem nelas este conteúdo duplo. O apóstolo pode falar “da obediência da fé” sem dizer contradições. E pode dizer: “O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (RM 1:16), e “Ele veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb. 5:9).

Não há nada incompatível entre essas afirmações quando são entendidas à luz da unidade essencial entre a fé e a obediência.

A fraqueza em nossa mensagem hoje é a nossa ênfase exagerada à fé com uma correspondente subênfase à obediência. Isso foi fazendo com que o “crer” fosse se tornando o dobro do “obedecer” na mente de milhões. O resultado é uma multidão de cristãos mentais cujo caráter é malformado e cuja vida é completamente fora de proporção. A imaginação foi erroneamente tomada por fé e a crença foi despojada do seu conteúdo moral, e tornada um pouco mais do que um consentimento da verdade do Evangelho.

Há cristãos que viveram tanto tempo no ar rarefeito da imaginação que parece quase impossível relacioná-los à realidade. A não obediência paralisou suas pernas morais e dissolveu a sua espinha dorsal, e caíram em um amontoado esponjoso de teorias religiosas, crendo em tudo ardentemente, mas não obedecendo nada em absoluto.

Eles ficam profundamente chocados com a própria menção da palavra “obedecer”. Para eles, isso parece heresia e presunção e é o resultado de uma falta do correto entendimento da palavra da verdade. Poderíamos passar por cima disso não tivesse esse ‘credo’ influenciado praticamente cada canto do mundo cristão, capturado as escolas bíblicas, determinando o conteúdo da pregação evangélica e ido mais longe para decidir que tipo de cristão seremos. Sem dúvida a concepção popular errônea da função da fé e o fracasso dos nossos professores em insistirem na obediência enfraqueceram a Igreja e retardaram o reavivamento nos últimos cinquenta anos.

A única cura é a remoção da causa. Isto requererá um pouco de coragem, mas dignificará a labuta.
Estamos sempre em perigo de nos tornar vítimas das palavras. Uma frase religiosa pode facilmente tomar o lugar da realidade espiritual. Um exemplo é a expressão “Seguir o Senhor”, tão frequentemente usada entre os cristãos. Negligenciamos o fato que isso não pode ser tomado literalmente. Não podemos hoje, como puderam aqueles primeiros discípulos, seguir o Mestre em uma dada área geográfica. Temos a tendência de pensar nisso literalmente, mas ao mesmo tempo de sentir que é uma impossibilidade literal, como resultado isso acaba por significar pouco mais do que um acenar com a cabeça concordando com as verdades da cristandade.

Pode nos assustar aprender que “seguir” é uma palavra no Novo Testamento usada para abrigar a ideia de um hábito determinado de obediência aos mandamentos de Cristo. Veja os frutos da obediência como descritos no Novo Testamento. A casa do homem obediente é construída sobre uma rocha (Mt. 7:24). Ele será amado pelo Pai e terá a manifestação do Pai e do Filho, que virão a ele e farão dele a Sua casa (Jo 14:21-23). Ele viverá no amor de Cristo (Jo 15:10). Pela obediência às doutrinas de Cristo ele é liberto do pecado e feito servo da justiça (Rm 6:17-18). O Espírito Santo é dado a ele (At 5:32). Ele é liberto do autoengano e abençoado em seus feitos (Tg 1:22-25). A sua fé é aperfeiçoada (Tg 2:22). Ele é confirmado em sua segurança em relação a Deus e lhe é dada confiança na oração, para que o que peça lhe seja dado (1 Jo 3:18-22). Estes são apenas alguns dentre muitos versos que podem ser citados no Novo Testamento. Mas mais objetivamente do que qualquer quantidade de textos comprobatórios é o fato de que o ensino do Novo Testamento é somente nessa direção. Um ou dois textos poderiam ser mal entendidos, mas não há erro em todo o ensino da Escritura.

O que tudo isso acrescenta? Quais são as suas implicações práticas para nós hoje? Exatamente porque o poder de Deus está à nossa disposição esperando por nós para colocá-lo em ação pelo cumprimento das condições que são claramente estabelecidas. Deus está pronto para enviar inundações de bênçãos sobre nós quando começamos a obedecer às suas claras instruções.

Não precisamos de nenhuma nova doutrina, nenhum novo movimento, nenhum evangelista importado ou curso caro para nos mostrar o caminho. Ele está claro diante de nós.

A qualquer inquiridor eu diria: “apenas faça a próxima coisa que você sabe que deve fazer para levar a cabo a vontade do Senhor. Se há pecado em sua vida, deixe-o imediatamente. Ponha de lado a mentira, a fofoca e a desonestidade ou qualquer que seja o seu pecado. Renuncie os prazeres mundanos, a extravagância nos gastos, a vaidade no vestir, na sua casa. Acerte-se com qualquer pessoa que possa ter ofendido. Desculpe a todo aquele que pode tê-lo ofendido. Comece a usar o seu dinheiro para ajudar os pobres e promover a causa de Cristo. Tome a Cruz e viva sacrificialmente. Ore, participe das reuniões em torno do Senhor. Testemunhe de Cristo, não só quando é conveniente, mas quando souber que deveria. Não olhe para o custo e não tema as consequências. Estude a Bíblia para aprender a vontade de Deus e então faça a Sua vontade como a entende. Comece agora fazendo a próxima coisa, e então continue dali.”


Do livro: Paths to Power (Caminhando para o Poder).

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A graça de Deus nos capacita a enfrentar o sofrimento



Rev. Hernandes Dias Lopes

A vida é a professora mais implacável: primeiro dá a prova, e depois a lição. C. S. Lewis disse que "Deus sussurra em nossos prazeres e grita em nossas dores". Paulo fala sobre um sofrimento que muito o atormentou: o espinho na carne. Depois de ser arrebatado ao terceiro céu, suportou severa provação na terra. Há um grande contraste entre estas duas experiências de Paulo. Ele foi do paraíso à dor, da glória ao sofrimento. Ele experimentou a bênção de Deus no céu e bofetada de Satanás na terra. Paulo tinha ido ao céu, mas agora, aprendeu que o céu pode vir até ele.

Charles Stanley em seu livro Como lidar com o sofrimento, sugere-nos algumas preciosas lições.

Em primeiro lugar, há um propósito divino em cada sofrimento (2Co 12.7). Há um propósito divino no sofrimento. O nosso sofrimento e a nossa consolação são instrumentos usados por Deus para abençoar outras vidas. Na escola da vida Deus está nos preparando para sermos consoladores. Jó morreu sem jamais saber porque sofreu. Paulo rogou ao Senhor três vezes, antes de receber a resposta. O que Paulo aprendeu e que nós também precisamos aprender é que quando Deus não remove "o espinho", é porque tem uma razão. Deus não permite que soframos só por sofrer. Sempre há um propósito. O propósito é não nos ensoberbecermos.

Em segundo lugar, é possível que Deus resolva revelar-nos o propósito de nosso sofrimento (2Co 12.7). No caso de Paulo, Deus decidiu revelar-lhe a razão de ser do "espinho": evitar que ficasse orgulhoso. Quando Paulo orou nem perguntou por que estava sofrendo, apenas pediu a remoção do sofrimento. Não é raro Deus revelar as razões do sofrimento. Ele revelou a Moisés a razão porque não lhe seria permitido entrar na Terra Prometida. Disse a Josué porque ele e seu exército haviam sido derrotados em Ai. O nosso sofrimento tem por finalidade nos humilhar, nos aperfeiçoar, nos burilar e nos usar.

Em terceiro lugar, o sofrimento pode ser um dom de Deus (2Co 12.7). Temos a tendência de pensar que o sofrimento é algo que Deus faz contra nós e não por nós. Jacó disse: "Tendes-me privado de filhos; José já não existe, Simeão não está aqui, e ides levar a Benjamim! Todas estas cousas em sobrevêm" (Gn 42.36). A providência carrancuda que Jacó pensou estar laborando contra ele, estava trabalhando em seu favor. O espinho de Paulo era uma dádiva, porque através desse incômodo, Deus o protegeu daquilo que ele mais temia – ser desqualificado espiritualmente.

Em quarto lugar, Deus nos conforta em nossas adversidades (2Co 12.9). A resposta que Deus deu a Paulo não era a que ele esperava nem a que ele queria, mas era a que ele precisava. Deus respondeu a Paulo que ele não estava sozinho. Deus estava no controle de sua vida e operava nele com eficácia. Precisamos compreender que Deus está conosco e no controle da situação. Precisamos saber que Deus é soberano, bom e fiel. Jó entendeu isso: "Eu sei que tudo podes e ninguém pode frustrar os teus desígnios".

Em quinto lugar, pode ser que Deus decida que é melhor não remover o sofrimento (2Co 12.9). De todos, esse é o princípio mais difícil. Quantas vezes nós já pensamos e falamos: "Senhor por que estou sofrendo? Por que desse jeito? Por que até agora? Por que o Senhor ainda agiu?". Joni Eareckson ficou tetraplégica e numa cadeira de rodas dá testemunho de Jesus. Fanny Crosby ficou cega com 42 dias e morreu aos 92 anos sem jamais perder a doçura. Escreveu mais de 4 mil hinos. Dietrich Bonhoeffer foi enforcado no dia 9 de abril de 1945 numa prisão nazista. Se Deus não remover o sofrimento, ele nos assistirá em nossa fraqueza, nos consolará com sua graça e nos assistirá com seu poder. A graça de Deus nos capacita a lidar com o sofrimento, sem perdermos a alegria nem a doçura (2Co 12.10).


Fonte: Boletim nº 186 (recebido por e-mail)